Sobrevivência no mar

19/10/2023

O conhecimento dos equipamentos de salvatagem e das técnicas de sobrevivência no mar são essenciais na navegação. Este capítulo foi elaborado para prover uma maior familiarização com diversos tipos de acidentes que podem ocorrer no mar, como encalhe, naufrágio, incêndio, colisão, dano no casco, falha catastrófica nas máquinas, emergências relativas à condições climáticas adversas e como aumentar as chances de sobreviver a eles.

Iremos abordar os seguintes temas:

  • Conhecimento das diversas situações emergenciais que podem ocorrer em uma embarcação.
  • Familiarização com os equipamentos de salvatagem.
  • Pedido de socorro com rádio VHF
  • Como lançar ao mar uma balsa ou jangada de salvatagem.
  • Ações que devem ser tomadas para aumentar a chance de sobrevivência em uma balsa de salvatagem.
  • Familiarização dos equipamentos de uma balsa de salvatagem e sua utilização apropriada.


Tipos de emergências

1. Colisões: representam uma das mais sérias emergências náuticas, envolvendo não apenas danos materiais às embarcações, mas também riscos significativos à vida humana e ao meio ambiente. Colisões podem ser causadas por uma variedade de fatores:

  • Falhas na comunicação, erro humano, navegação inadequada, condições meteorológicas adversas, e problemas técnicos nos sistemas de navegação. 
  • Colisões com objetos que flutuam na superfície, como containers que caem navios, troncos de árvores, redes de pesca, entre outros objetos, também deve ser uma preocupação. 
  • A proximidade de rotas comerciais movimentadas e a visibilidade reduzida em condições de nevoeiro ou tempestade aumentam a probabilidade de tais incidentes. 
  • Para mitigar os riscos, é fundamental que as tripulações mantenham uma vigilância constante, sigam estritamente as regras internacionais para prevenção de abalroamentos (COLREGs), utilizem adequadamente os sistemas de radar e AIS (Sistema de Identificação Automática), e realizem manobras evasivas de forma prudente. 
  • Em caso de colisão, uma resposta rápida e eficiente, incluindo a avaliação de danos, reparos emergenciais, e medidas de resgate, é vital para garantir a segurança dos ocupantes e a preservação do meio ambiente marinho.

2. Incêndio: um incêndio a bordo de uma embarcação pode causar uma série de problemas catastróficos, colocando em risco a integridade da embarcação, a segurança da tripulação e passageiros, e o meio ambiente. Por isso deve-se ter sempre em mente que:

  • No mar não é possível contar com o corpo de bombeiros e será muito difícil conseguir socorro externo imediato.
  • As chamas podem rapidamente se espalhar pelos materiais inflamáveis presentes, danificando sistemas críticos de navegação e propulsão, além de comprometer a estrutura do navio. 
  • O calor intenso pode levar à explosão de tanques de combustível, ampliando a gravidade do incidente. 
  • A fumaça tóxica gerada pelo fogo pode causar asfixia e dificultar a evacuação segura. 
  • Além disso, a necessidade de abandonar a embarcação em alto-mar expõe os ocupantes a riscos adicionais, como hipotermia e afogamento. 
  • A resposta rápida e eficiente, incluindo treinamento conforme descrito no capítulo anterior, o uso adequado de extintores e sistemas de supressão de incêndio, é essencial para mitigar esses riscos e garantir a segurança de todos a bordo.

3. Naufrágio: naufrágios resultam na perda total ou parcial de uma embarcação. As principais causas são: 

  • Erros humanos, como falhas de navegação, decisões inadequadas e negligência, são frequentemente fatores críticos. 
  • Condições climáticas adversas, incluindo tempestades severas e mar agitado, podem sobrecarregar a capacidade da embarcação de se manter à tona. 
  • Colisões com outras embarcações ou com obstáculos submersos, como recifes e icebergs, também são causas comuns de naufrágios. 
  • Problemas técnicos, como falhas no casco, vazamentos e defeitos mecânicos, podem levar a uma perda de flutuabilidade. 
  • Excesso de carga ou uma distribuição inadequada do peso a bordo pode comprometer a estabilidade da embarcação. 
  • Para mitigar esses riscos, é essencial seguir rigorosamente os protocolos de segurança, manter a manutenção adequada das embarcações e treinar regularmente a tripulação para lidar com emergência.

4. Encalhe:  o encalhe de embarcações ocorre quando um navio ou barco fica preso em um banco de areia, recife, ou fundo rochoso, e é uma das principais causas de acidentes marítimos. As principais causas de encalhe incluem:

  • Falhas na navegação, como erros de cálculo na rota ou interpretação incorreta de cartas náuticas. 
  • Condições meteorológicas adversas, como neblina densa, tempestades ou marés fortes, podem reduzir a visibilidade e dificultar a navegação segura. 
  • Problemas técnicos, como falhas no sistema de sonar, radar, GPS ou outros equipamentos de navegação, também podem contribuir significativamente para o encalhe. 
  • Negligência ou falta de experiência da tripulação em seguir os procedimentos de navegação seguros é outro fator crítico. 
  • Excesso de velocidade em águas desconhecidas ou rasas.
  • Sinalização mal posicionada, devido a composição do fundo do mar, como mudança do leito de um canal devido a movimentação de um banco de areia. 
  • Para prevenir esses incidentes, é essencial que a tripulação esteja bem treinada, que os equipamentos de navegação estejam em perfeito funcionamento, a vigilância seja constante e que as condições meteorológicas sejam monitoradas constantemente.

5. Falhas no casco: as falhas no casco de uma embarcação são problemas graves que podem comprometer a integridade estrutural e a segurança da tripulação. As principais causas dessas falhas incluem:

  • Corrosão, que resulta do constante contato com a água salgada, especialmente em áreas mal mantidas ou onde a pintura protetora está desgastada. 
  • Fadiga do material, provocada por ciclos repetidos de carga e descarga, podem levar a rachaduras e fissuras no casco. 
  • Colisões com objetos submersos, como recifes, destroços ou outras embarcações, são outra causa comum de danos severos. 
  • Impactos repetidos com ondas grandes, especialmente em condições de mar agitado, podem enfraquecer a estrutura ao longo do tempo. 
  • Construção de baixa qualidade ou reparos inadequados. 
  • Para prevenir esses problemas, é crucial realizar manutenção regular, inspeções detalhadas, e utilizar materiais de alta qualidade na construção e reparação das embarcações.

6. Falhas mecânicas catastróficas: falhas mecânicas catastróficas podem ocorrer devido a uma série de fatores, comprometendo a segurança e a operação de uma embarcação. As principais causas são: 

  • Falta de manutenção preventiva, onde componentes essenciais, como motores, sistemas de propulsão e geradores, não recebem inspeções e reparos regulares, levando ao desgaste excessivo e falhas inesperadas. 
  • Uso de peças de reposição de baixa qualidade ou incompatíveis também pode resultar em falhas prematuras. 
  • Problemas de lubrificação, como o uso inadequado de óleo ou falhas nos sistemas de lubrificação, podem causar superaquecimento e danos aos componentes mecânicos. 
  • Erros operacionais, como a sobrecarga de equipamentos e a operação inadequada dos sistemas. 
  • Contaminação do combustível, seja por água ou impurezas, pode causar danos significativos aos motores e sistemas de combustível. 
  • Para evitar essas falhas, é essencial seguir rigorosamente os planos de manutenção, usar peças de alta qualidade, treinar adequadamente a tripulação e realizar inspeções regulares e detalhadas de todos os sistemas mecânicos.

7. Emergências relacionadas com condições climáticas adversas: emergências em uma embarcação causadas pelo mau tempo são situações perigosas que exigem respostas rápidas e eficazes para garantir a segurança de todos a bordo. 

  • Condições meteorológicas adversas, como tempestades violentas, ventos fortes, ondas gigantes e nevoeiros densos, podem desestabilizar a embarcação, danificar equipamentos e reduzir drasticamente a visibilidade. 
  • Podem levar à perda de controle da navegação, fazer com que a embarcação encalhe ou colida com objetos submersos, e até provocar o naufrágio. 
  • A tripulação pode enfrentar dificuldades adicionais, como a incapacitação de sistemas de comunicação e navegação, complicando ainda mais as operações de resgate e socorro. 
  • Para mitigar esses riscos, é essencial um bom planejamento de rota considerando a previsão do tempo, que a tripulação esteja bem treinada em procedimentos de emergência, que a embarcação esteja equipada com sistemas adequados de segurança e que as condições meteorológicas sejam constantemente monitoradas. 
  • Tomar decisões antecipadas, como alterar a rota para evitar tempestades e garantir que todos a bordo usem coletes salva-vidas, pode fazer a diferença crucial em situações de emergência causadas pelo mau tempo.


Equipamentos de salvatagem marítima 

São equipamentos essenciais e muitos deles exigidos obrigatoriamente pela marinha para garantir a segurança dos tripulantes e passageiros em situações de emergência. Eles são projetados para facilitar o resgate e a sobrevivência no mar. A seguir, estão alguns dos principais tipos de equipamentos de salvatagem:

1. Coletes salva-vidas: os coletes salva-vidas são categorizados em diferentes tipos com base em suas características de flutuabilidade e uso específico. Nos Estados Unidos, a Guarda Costeira classificou os coletes salva-vidas em cinco tipos principais, cada um com suas próprias características e aplicações.

Tipo I: Coletes de flutuação offshore

  • Características: projetados para fornecer a maior flutuabilidade e são eficazes em águas abertas, onde resgates podem demorar.
  • Uso: adequados para ambientes marítimos extremos e alto-mar.
  • Flutuabilidade: pelo menos 22 libras (aproximadamente 10 kg) para adultos.
  • Benefícios: capaz de virar uma pessoa inconsciente de face para cima, proporcionando suporte para a cabeça e garantindo que as vias aéreas fiquem fora da água.
  • Aplicações: ideal para embarcações comerciais e recreativas que operam longe da costa.

Tipo II: Coletes de flutuação perto da costa

  • Características: menos volumosos que os Tipo I, mas ainda eficazes em virar a maioria das pessoas inconscientes de face para cima.
  • Uso: apropriados para águas calmas e resgates rápidos.
  • Flutuabilidade: pelo menos 15,5 libras (aproximadamente 7 kg) para adultos.
  • Benefícios: mais confortáveis que os Tipo I e são geralmente usados em áreas onde é provável que o resgate seja rápido.
  • Aplicações: ideal para atividades recreativas em lagos, rios e áreas costeiras.

Tipo III: Auxílios à flutuação

  • Características: oferecem liberdade de movimento e são mais confortáveis de usar por longos períodos.
  • Uso: indicados para atividades aquáticas onde o resgate é esperado rapidamente, como esportes náuticos.
  • Flutuabilidade: pelo menos 15,5 libras (aproximadamente 7 kg) para adultos.
  • Benefícios: confortáveis para uso prolongado e disponíveis em vários estilos e tamanhos. Não são projetados para virar uma pessoa inconsciente.
  • Aplicações: usados em esportes como caiaque, vela, pesca e outras atividades recreativas.

Tipo IV: Dispositivos de flutuação de lançamento

  • Características: não são usados, mas lançados para uma pessoa na água. Incluem boias circulares e almofadas de flutuação.
  • Uso: projetados para serem lançados para alguém que caiu na água.
  • Flutuabilidade: varia dependendo do design, mas suficiente para manter uma pessoa à tona.
  • Benefícios: excelente para situações de resgate imediato, fácil de lançar e segurar.
  • Aplicações: comuns em embarcações de recreio e comerciais, especialmente em áreas onde há maior risco de queda ao mar.

Tipo V: Dispositivos de flutuação especiais

  • Características: projetados para usos específicos, como coletes infláveis automáticos ou híbridos.
  • Uso: devem ser usados de acordo com as instruções no rótulo para serem eficazes. Incluem coletes para esportes específicos, como windsurf e caiaque.
  • Flutuabilidade: varia conforme o design e uso específico, mas geralmente proporcionam flutuabilidade similar aos tipos I, II ou III.
  • Benefícios: oferecem características adicionais ou especializadas, como inflabilidade automática e alta visibilidade.
  • Aplicações: usados para situações específicas, como coletes para águas bravas, trabalho em docas, e coletes infláveis automáticos para navegação de recreio.

Cada tipo de colete salva-vidas é projetado com uma finalidade específica em mente, desde operações em alto-mar até atividades recreativas em águas calmas. A escolha do colete salva-vidas apropriado deve ser baseada na atividade planejada, condições da água e o tempo de resposta esperado para um resgate.

2. Boias de resgate

  • Boias circulares: grandes, circulares, com cores brilhantes e frequentemente equipadas com uma linha de resgate.
  • Boias ferradura: em forma de U, mais ergonômicas para segurar, comumente usadas em veleiros.
  • Bóia Dan (Danforth Buoy):  é um dispositivo de segurança marítima projetado para ajudar na localização de uma pessoa ou objeto que caiu ao mar. Possui uma haste vertical longa com uma bandeira no topo, sobre um flutuador que a mantém erguida na água, facilitando a visualização à distância. Algumas versões são equipadas com refletores e uma luz intermitente ou fixa para visibilidade noturna.

3. Luzes de salvatagem

  • Luzes pessoais: pequenas luzes presas aos coletes salva-vidas que acendem automaticamente ao contato com a água, facilitando a localização à noite.
  • Luzes de boia: luzes fixadas às boias circulares para aumentar a visibilidade no escuro.

4. Roupas de imersão

  • Roupas térmicas: feitas de material isolante, ajudam a manter o calor corporal em águas frias.
  • Roupas secas: impermeáveis, evitam que a água entre em contato com a pele, oferecendo proteção contra hipotermia.

5. Sinalizadores

  • Sinais fumígenos: produzem uma densa fumaça colorida, visível durante o dia, para atrair a atenção da equipe de resgate.
  • Sinalizadores pirotécnicos: flares que produzem luz intensa, visíveis à noite, para indicar a posição da embarcação ou dos sobreviventes.
  • Espelhos de sinalização: usados para refletir a luz do sol e enviar sinais visuais para aeronaves ou navios próximos.

6. EPIRB (Emergency Position Indicating Radio Beacon)

  • EPIRB: dispositivo que emite sinais de socorro via satélite, indicando a localização exata da embarcação ou sobreviventes. Ativado manualmente ou automaticamente ao entrar em contato com a água.
  • PLB (Personal Locator Beacon): similar ao EPIRB, mas menor e projetado para ser carregado por indivíduos. Útil para atividades em pequenas embarcações ou em terra.

A seguir uma visão geral de seu funcionamento:

a. Ativação:

  • Manual: o usuário pode ativar o EPIRB pressionando um botão.
  • Automática: alguns modelos ativam-se automaticamente ao entrar em contato com a água.

b. Transmissão do sinal:

  • Frequência de emergência: transmite um sinal em 406 MHz, captado por satélites da rede Cospas-Sarsat.
  • Sinal de homing: emite um sinal secundário em 121.5 MHz, ajudando as equipes de resgate a encontrar a localização exata.
  • GPS: muitos EPIRBs possuem GPS integrado, fornecendo coordenadas precisas.

c. Recepção e processamento:

  • Satélites: satélites recebem o sinal e determinam a localização do EPIRB.
  • Centros de controle: os dados são enviados a centros de controle em terra, que processam e repassam as informações às autoridades de resgate.

d. Resgate:

  • Equipes de resgate: Utilizam as coordenadas para localizar e resgatar a embarcação ou pessoa em perigo.

Como testar um EPIRB: testar regularmente o EPIRB garante seu funcionamento correto em emergências. Siga estas etapas para testar seu EPIRB de forma segura:

a. Consulte o manual do fabricante: verifique o manual para instruções específicas sobre como testar o modelo que você possui.

b. Escolher o local e hora adequados: realize o teste em um local onde o sinal não será confundido com uma emergência real, de preferência fora da água. O teste deve ser feito nos primeiros cinco minutos de cada hora. Evite condições meteorológicas adversas.

c. Modo de teste: a maioria dos EPIRBs possui um modo de teste. Este modo permite verificar a funcionalidade sem enviar um sinal de emergência real. Pressione e segure o botão de teste conforme indicado no manual. O dispositivo geralmente emitirá bipes ou luzes piscando.

d. Verificar indicações de teste: as luzes LED devem piscar de acordo com o padrão especificado no manual. Alguns EPIRBs emitem bipes. Certifique-se de que os sons estão corretos.

f. Revisar resultados do teste: se não passar, consulte o manual para solucionar problemas ou contate o fabricante para manutenção.

Manutenção Regular: 

  • Inspeção Visual: regularmente, verifique o EPIRB para danos físicos ou corrosão.
  • Bateria: verifique a data de validade da bateria e substitua conforme necessário.
  • Terminais: Inspecione os terminais da bateria e componentes eletrônicos para sinais de corrosão.

Todos esses equipamentos de salvatagem descritos acima desempenham um papel crucial em aumentar as chances de sobrevivência em situações de emergência marítima. A tripulação deve estar bem treinada no uso correto de cada item e realizar inspeções regulares para garantir que todos os dispositivos estejam em condições operacionais adequadas. Uma localização estratégica fácil desses equipamentos a bordo também é vital para acesso rápido em momentos críticos.


Balsa de salvatagem

Uma balsa de salvatagem, também conhecida como "life raft" em inglês, é um equipamento essencial de segurança marítima projetado para fornecer flutuabilidade e abrigo em caso de abandono de uma embarcação. A seguir, estão detalhes sobre o funcionamento, os tipos e a manutenção de uma balsa de salvatagem.

Funcionamento de uma balsa de salvatagem

1. Armazenamento e ativação:

  • Armazenamento: as balsas de salvatagem são geralmente armazenadas em recipientes rígidos ou bolsas de tecido resistentes a bordo de embarcações.
  • Ativação: podem ser lançadas manualmente ou automaticamente ao entrarem em contato com a água. A ativação pode ser feita puxando um cabo específico que aciona o inflador.

2. Inflagem:

  • Sistema de inflagem: a balsa possui um cilindro de gás comprimido (geralmente dióxido de carbono) que infla a balsa rapidamente quando ativado.
  • Auto-inflável: após a ativação, a balsa se infla automaticamente em poucos segundos, assumindo sua forma correta para uso.

3. Equipamentos e Acessórios:

  • Toldo e águas de lastro: a maioria das balsas é equipada com um toldo para proteção contra intempéries e bolsas de lastro para estabilidade na água.
  • Equipamentos de segurança: incluem remos, kit de reparo, sinalizadores, espelho de sinalização, apito, água potável, e suprimentos de emergência.


Tipos de Balsas de Salvatagem

A quantidade de pessoas para as quais a jangada está classificada está pintada na parte externa da jangada e no recipiente.

1. Costeiras (Coastal Life Rafts):

  • Projetadas para uso em águas costeiras onde o resgate é esperado em poucas horas.
  • Geralmente mais simples, com menos equipamentos de emergência.

2. Offshore (Ocean Life Rafts):

  • Destinadas a longas viagens em alto mar onde o resgate pode demorar mais.
  • Equipadas com mais suprimentos e equipamentos de sobrevivência.

3. SOLAS (Safety of Life at Sea):

  • Atendem aos padrões internacionais de segurança marítima para embarcações comerciais.
  • Equipadas com todos os itens necessários para sobrevivência em condições extremas.


Manutenção e Inspeção

1. Inspeção regular:

  • Periódica: as balsas de salvatagem devem ser inspecionadas periodicamente conforme as diretrizes do fabricante e as regulamentações marítimas locais.
  • Verificação de data de validade: verificar a validade do cilindro de gás e dos suprimentos de emergência.

2. Serviço profissional

  • As balsas devem ser enviadas para um centro de serviço autorizado para inspeção e recertificação regularmente (geralmente a cada 1 a 3 anos). Inclui a verificação da integridade do casco, funcionamento dos infladores e condição dos suprimentos.


Procedimentos de pedido de socorro no mar utilizando um rádio VHF

A utilização de uma rádio VHF para pedir socorro no mar é uma habilidade essencial para garantir a segurança de todos a bordo. Aqui estão os passos detalhados para fazer um pedido de socorro corretamente:

Preparação

  • Ligue a Rádio: Certifique-se de que a rádio VHF esteja ligada e funcionando corretamente.
  • Selecione o Canal 16: O canal 16 é o canal internacional de emergência e chamado. Todos os pedidos de socorro devem ser feitos neste canal.

Transmissão de Pedido de Socorro (Mayday)

Mayday é o chamado de emergência mais grave e deve ser usado somente quando há um perigo grave e imediato para a vida ou para a embarcação.

Passos para Transmitir um Mayday:

Pressione o botão PTT (Push-to-Talk): Mantenha o botão pressionado enquanto fala.

Transmita a mensagem: "Mayday, Mayday, Mayday, aqui é [nome da embarcação], [nome da embarcação], [nome da embarcação]."

Descreva a natureza da emergência e a assistência necessária: "Mayday, [nome da embarcação]. Estamos [descreva a situação, por exemplo, afundando, pegando fogo]. Precisamos de assistência imediata."

Forneça a posição da embarcação: "Nossa posição é [latitude e longitude] ou [descreva a localização em relação a um ponto conhecido]."

Forneça outras informações relevantes:

  • Descrição da embarcação:"Nossa embarcação é [tipo, cor, tamanho, etc.]."
  • Qualquer outra informação importante: (por exemplo, se você está em uma balsa salva-vidas, condições do mar, tempo, etc.)
  • Número de pessoas a bordo:"Temos [número] pessoas a bordo"
  • Repita a mensagem até receber uma resposta: continue transmitindo a mensagem até obter uma confirmação de que foi ouvida e compreendida.

Transmissão de Chamada de Urgência (Pan-Pan)

Pan-Pan é usado para situações de urgência que não são imediatamente perigosas para a vida, mas onde a embarcação necessita de assistência.

Passos para Transmitir um Pan-Pan:

Pressione o botão PTT (Push-to-Talk): mantenha o botão pressionado enquanto fala.

Transmita a mensagem: "Pan-Pan, Pan-Pan, Pan-Pan, aqui é [nome da embarcação], [nome da embarcação], [nome da embarcação]."

Descreva a natureza da urgência e a assistência necessária: "Temos [descreva a situação, por exemplo, problemas no motor, homem ao mar]. Precisamos de assistência."

Forneça a posição da embarcação: "Nossa posição é [latitude e longitude] ou [descreva a localização em relação a um ponto conhecido]."

Forneça outras informações relevantes:

  • Número de pessoas a bordo:"Temos [número] pessoas a bordo."
  • Descrição da embarcação:"Nossa embarcação é [tipo, cor, tamanho, etc.]."
  • Qualquer outra informação importante: (por exemplo, se você está em uma balsa salva-vidas, condições do mar, tempo, etc.)

Chamada de Segurança (Sécurité)

Sécurité é usado para transmitir informações de segurança à navegação, como avisos meteorológicos ou perigos à navegação.

Passos para Transmitir um Sécurité:

Pressione o botão PTT (Push-to-Talk): Mantenha o botão pressionado enquanto fala.

Transmita a mensagem: "Sécurité, Sécurité, Sécurité, aqui é [nome da estação]."

Descreva a natureza da mensagem de segurança: "Aviso aos navegantes, [descreva a situação, por exemplo, tempestade se aproximando, objeto à deriva]."

Aguardar Resposta e Fornecer Informações Adicionais

  • Aguarde Respostas: Após fazer a chamada, aguarde respostas de outras embarcações ou estações costeiras.
  • Forneça Informações Adicionais: Se solicitado, forneça quaisquer informações adicionais que possam ajudar no resgate ou assistência.

Fazer um pedido de socorro corretamente utilizando uma rádio VHF é vital para a segurança no mar. A clareza e precisão nas comunicações podem salvar vidas, garantindo que a ajuda chegue o mais rápido possível. Familiarize-se com esses procedimentos e pratique regularmente para estar preparado em caso de emergência.


Abandono da embarcação

Somente o capitão pode tomar a decisão de abandonar a embarcação. 

Abandonar uma embarcação é uma medida extrema e deve ser realizada com calma e coordenação. Aqui estão os passos gerais a serem seguidos:

1. Avalie a situação

  • Determine a necessidade: abandonar a embarcação é a última opção. Certifique-se de que todas as tentativas de resolver a situação a bordo foram esgotadas.
  • Comunicação: soe o alarme e informe a tripulação e os passageiros sobre a necessidade de abandonar o navio.

2. Prepare-se

  • Use equipamentos de segurança: vista seu colete salva-vidas corretamente e certifique-se de que todos a bordo façam o mesmo.
  • Reúna suprimentos essenciais: pegue kits de emergência, rádios, lanternas, água potável, alimentos e outros itens essenciais.

3. Envie um pedido de socorro

  • Mayday: envie um sinal de socorro Mayday pelo rádio VHF (canal 16) ou use um EPIRB (Emergency Position Indicating Radio Beacon) para alertar as autoridades de resgate.

4. Oriente os passageiros

  • Briefing: instrua todos a manterem a calma e explique o procedimento de abandono.
  • Organize-se: designar tarefas específicas à tripulação para garantir que todos saibam o que fazer.

5. Prepare os meios de abandono

  • Lançamento da balsa de salvatagem: se a embarcação possui balsas de salvatagem prepare-as para o lançamento lembrando de:
  • amarrar o cabo de operação.
  • lançar a balsa a sotavento da embarcação acidentada.
  • puxar a tira do sistema de inflável, caso ele não dispare automaticamente.
  • checar se o EPIRB da balsa está acionado.
  • Distribua os passageiros: organize os passageiros e a tripulação de modo a equilibrar o peso nas balsas de salvatagem.

6. Abandone a embarcação

  • Ordem de saída: abandone o navio de maneira ordenada, começando pelos mais vulneráveis (crianças, idosos, feridos).
  • Entrada na água: se necessário, entre na água de forma segura, saltando com os pés juntos e protegendo a cabeça com as mãos.

7. Agrupe-se

  • Permaneça junto: ao entrar na balsa salva-vidas ou na água, agrupe-se para facilitar o resgate e para manter-se aquecido.
  • Conte as pessoas: certifique-se de que todos estão presentes e não há ninguém faltando.

8. Sobreviva até o resgate

  • Siga os procedimentos: utilize os suprimentos da balsa salva-vidas, como sinalizadores e kits de primeiros socorros.
  • Mantenha a moral: fique positivo e mantenha todos calmos enquanto aguarda o resgate.
  • Racionamento: racionar alimentos e água, e manter a balsa organizada e limpa.

Abandonar uma embarcação é um processo que exige calma, coordenação e conhecimento prévio dos procedimentos de emergência. Seguir esses passos pode aumentar significativamente as chances de sobrevivência e garantir que todos a bordo tenham a melhor oportunidade possível de serem resgatados com segurança.


Lançamento, funcionamento e uso da balsa de salvatagem

  • Balsas salva-vidas são geralmente armazenadas no convés em um berço ou em um compartimento sinalizado. Ela é presa a seu berço por tiras ou amarrações, que por sua vez são conectadas a um mecanismo de liberação hidrostática.
  • A liberação hidrostática permitirá que ela infle e flutue livre no caso da embarcação afundar. O mecanismo de liberação irá puxar a cinta de amarração a cerca de 4,5 metros de profundidade soltando a balsa de sua caixa e disparando os cartuchos de CO2 para que ela infle automaticamente.
  • O mecanismo também pode ser acionado manualmente puxando a tira que aciona a liberação hidrostática.
  • As balsas de salvatagem também são equipadas com um cabo de operação (Sea Painter em inglês), que mantém a balsa ligada a embarcação acidentada depois que forem lançadas na água. Este cabo possuí 30 metros de comprimento irá manter a balsa conectada ao convés.
  • O cabo de operação possuí um elo fraco que irá se romper sozinho quando a embarcação principal naufragar e ultrapassar os 30 metros de profundidade.
  • O cabo de operação também pode ser quebrado manualmente quando é puxado com uma força de aproximadamente 30 quilos.
  • Se a embarcação estiver afundando e houver tempo, puxe o cabo de operação antes do elo fraco para aproximar a balsa do costado para permitir o embarque das pessoas sem que elas tenham que saltar na água. Se for necessário amarre o cabo a um cunho ou a um ponto fixo até que o embarque na balsa esteja completo.
  • Uma vez terminado o embarque, pode-se cortar o cabo de operação para liberar a balsa da embarcação principal usando a faca que fica armazenada em um bolso especial, localizado na entrada da balsa.
  • Ao entrar na balsa é comum ouvir o ar escapando devido às válvulas de alívio de pressão automáticas. Isso evita que a jangada infle demais.
  • Se forem necessários reparos, espere 24 horas antes de bombear ar novamente. Se o ruído for devido a um furo no tubo, deve-se usar primeiro as pinças de vedação.
  • A balsa vem equipada com uma luz que é ativada pela água e se acende automaticamente enquanto está sendo inflada. Deixe ela ligada.
  • As balsa de salvatagem são equipadas com um tubo coletor de chuva, que fica pendurado no topo da cobertura para coletar a água da chuva.
  • O primeiro lote de água deve ser descartado devido ao resíduo de sal que possa existir no tubo coletor e no recipiente.
  • NUNCA BEBA ÁGUA SALGADA.
  • As balsas possuem um cabo que passa por baixo dela para que se possa desvira-la caso ela infle de cabeça para baixo. Para endireita-la, deve apoiar os pés no cilindro de CO2 e se jogar para trás puxando o cabo. O ideal é fazer está operação se posicionando a sotavento da balsa, para que quando ela comece a deslocar da água o vento entre por baixo e ajude a levantá-la.
  • Uma linha de vida corre ao redor do costado da balsa, e uma âncora de mal tempo é acionada automaticamente enquanto a jangada é inflada.
  • Se for forçado a abandonar o navio e estiver em um bote salva-vidas, você deverá permanecer nas imediações da embarcação acidentada para facilitar o resgate. Se ela não afundar e continuar flutuando mantenha a balsa atada a ela.
  • Em caso de incêndio, se a balsa estiver a sotavento do fogo, CORTE A LINHA para se afastar mais rápido possível.
  • A balsa deverá conter um kit de primeiros socorros, kit de pesca, sinalizadores, corante marinho e espelho de sinalização.
  • Uma bomba manual permite manter a balsa inflada e, em caso de água fria, bombeie ar para o fundo da balsa para formar uma camada de isolamento entre o fundo do casco e o mar.
  • Uma esponja de celulose e um balde estão incluídos no kit de salvamento para manter o interior seco.
  • O EPIRB em uma balsa salva-vidas deve estar sempre ligado.
  • Se uma aeronave for avistada, use sinais visuais de socorro, juntamente com o EPIRB.
  • Quando a ajuda chegar, se a balsa tiver que ser rebocada, use os anéis em formato D presos na frente da jangada para atar os cabos de reboque.
  • Enquanto estiver no mar, se mais de uma balsa tiver sido lançada, mantenha todas balsas amarradas uma a outra para que elas permaneçam juntas e facilite o resgate.

Durante períodos prolongados em balsas de salvatagem em águas tropicais

  • Tire as roupas durante o dia para diminuir a transpiração
  • Beba bastante água potável.
  • Mantenha a cortina de entrada aberta

Se você chegar à costa em uma de balsa salvatagem, traga-a para terra firme e use como abrigo.

Como subir da água para dentro da balsa de salvatagem ou bote inflável

Métodos de embarque com colete salva-vidas:

1. Usando uma escada de embarque:

  • Localização: encontre a escada de embarque, que geralmente está anexada à lateral da balsa ou barco.
  • Posicionamento: posicione-se de frente para a escada, segurando firme nas laterais.
  • Subida: coloque um pé no degrau mais baixo, mantendo o corpo próximo à escada. Suba degrau por degrau, utilizando os braços para apoio adicional.
  • Entrada: ao alcançar a borda da balsa ou barco, use os braços para levantar o corpo e entrar de maneira controlada.

2. Usando um cabo de resgate:

  • Localização: se a balsa possui um cabo de resgate, localize-o e segure-o firmemente.
  • Posicionamento: posicione-se de costas para a balsa, com as pernas flutuando para cima.
  • Chute: utilize um movimento de chute forte para impulsionar o corpo para cima.
  • Puxar com os Braços: simultaneamente, puxe-se para cima com os braços, segurando o cabo de resgate ou a linha de vida que corre ao redor da balsa.
  • Entrada: uma vez que a parte superior do corpo esteja sobre a borda, gire e role para dentro da balsa.

3. Técnica de duas pessoas:

  • Primeira Pessoa: uma pessoa já a bordo pode ajudar, segurando a mão ou a parte superior do braço do nadador.
  • Segunda Pessoa: o nadador impulsiona o corpo para cima enquanto a pessoa na balsa puxa, ajudando a levantar.
  • Coordenação: trabalhem juntos em sincronia para evitar desequilíbrios e quedas.

Método de embarque sem colete de salva-vidas:

  • Nade em direção a entrada da balsa salva-vidas.
  • quando estiver bem próximo da balsa aumente o ritmo da natação.
  • ao chegar na balsa segure a linha de vida ou uma alça e sem deixar que as pernas afundem e puxe-a com os braços para baixo do seu corpo até seu abdómen ficar sobre a borda da balsa.
  • passe os braços para dentro da balsa e apoie-se no fundo dela ao mesmo tempo que gira o corpo para sentar na borda com as pernas para o lado de fora ou entre na balsa se arrastando para dentro.

Dicas adicionais:

  • Mantenha a calma: Mantenha a calma e respire fundo. Movimentos bruscos podem dificultar a subida.
  • Use coletes salva-vidas: Um colete salva-vidas fornece flutuabilidade adicional, facilitando a manobra na água.
  • Evitar sobrecarregar um lado: Distribua o peso uniformemente ao entrar na balsa para evitar o risco de capotagem.


Ações a serem tomadas depois de embarcar na balsa de salvatagem

Ao embarcar em uma balsa de salvatagem, é crucial seguir uma série de ações para garantir a segurança dos ocupantes e aumentar as chances de resgate. Aqui estão as etapas prioritárias a serem tomadas:

Primeiras medidas ao embarcar na balsa de salvatagem

  • Solte as amarras que prendem a balsa de salvatagem à embarcação acidentada e certifique-se que a balsa não está enroscada ou presa a ela. 
  • Procure por pessoas que ainda estejam na água e traga-as à bordo.
  • Manobre com segurança para afastar a balsa de salvatagem da embarcação acidentada.
  • Lance a âncora de mar para diminuir a deriva com intuito de permanecer próximo ao local do acidente. Considerando que o sinal de socorro tenha sido captado e uma embarcação de resgate esteja a caminho da posição transmitida na hora do acidente, uma âncora de mar ajudará a reduzir a área de busca.

Mantenha a calma e organize a situação

  • Incentive todos a bordo a manterem a calma e a agirem de maneira ordenada.
  • Se houver várias pessoas, designe funções para garantir que todas as tarefas sejam realizadas de maneira eficiente.

Verificação e racionamento dos suprimentos

  • Verifique e faça um inventário dos equipamentos de salvatagem disponíveis na balsa, como kits de primeiros socorros, sinalizadores, rádios, alimentos e água.
  • Estabeleça um regime de racionamento para alimentos e água para garantir que durem o máximo possível.

Comunicação e sinalização

  • Deixe preparados para uso os sinais de socorro. Use os sinais visuais de socorro em conjunto com seu EPIRB assim que souber que há uma embarcação ou aeronave de resgate na área. NÃO desperdice os sinalizadores. Use dispositivos de sinalização como espelhos, apitos, sinalizadores e rádios para tentar estabelecer contato com outras embarcações ou equipes de resgate.
  • Se a balsa estiver equipada com um EPIRB (Emergency Position Indicating Radio Beacon) verifique se ele ligou automaticamente, caso contrário ative-o imediatamente para que as autoridades de resgate possam rastrear sua localização. Depois de ativar o EPIRB, deixe-o ligado. Não o desligue para economizar bateria. Se o mar estiver agitado traga-o para dentro da balsa para evitar a possibilidade de perdê-lo.

Proteção contra os elementos

  • Use cobertores térmicos e capas de chuva para proteger-se contra o frio, vento e chuva. Mantenha todos aquecidos e secos.
  • Use qualquer material disponível para criar sombra e proteger-se do sol, evitando a desidratação e queimaduras solares.
  • Mantenha a balsa aquecida. Isso é essencial em áreas de frio extremo. A água resfriará seu corpo 20 a 25 vezes mais rápido que o ar circundante. Uma esponja de celulose e cobertores estão contidos na maioria das balsas de salvatagem para esse fim.
  • Infle o fundo da balsa para manter uma camada de ar entre as pessoas e o mar, principalmente em áreas frias. Em ambientes tropicais, o ar pode ser esvaziado no fundo para ajudar a resfriar o interior da balsa durante o dia, mas deve ser inflado novamente à noite para proteger do frio. 

Saúde e primeiros socorros

  • Verifique todos os ocupantes da balsa quanto a ferimentos ou condições médicas que precisem de atenção imediata.
  • Administre os primeiros socorros necessários, tratando cortes, queimaduras e outras lesões.

Estabilidade e manutenção da balsa

  • Distribua o peso de maneira uniforme para manter a balsa estável e evitar capotagem. Verifique regularmente se há vazamentos ou danos e faça reparos conforme necessário.
  • Mantenha a balsa ventilada para evitar o acúmulo de dióxido de carbono, especialmente se a balsa tiver um abrigo.

Orientação e navegação

  • Use qualquer dispositivo de navegação disponível, como bússolas ou GPS, para monitorar sua posição.
  • Se possível, determine uma direção para navegar em direção a uma rota de navegação conhecida ou terra, utilizando remos ou velas, se disponíveis.

Moral e bem-estar

  • Mantenha a moral incentivando e apoiando a todos na balsa, mantendo uma atitude positiva e proativa.
  • Organize turnos para vigília, remo e outras tarefas para garantir que todos possam descansar adequadamente. É concebível que um pedido de socorro ou sinal de socorro tenha sido recebido e a ajuda possa estar a poucos minutos de distância. Essa seria a situação ideal, mas não é realista. Portanto, turnos de vigias e de trabalho devem ser estipulados, dando a cada sobrevivente um senso de propósito e dever ao mesmo tempo que mantém as pessoas ocupadas, reduzindo a ansiedade e a possibilidade de ataques de pânico. 

Perigos para os sobreviventes 

Enquanto estiver na água esperando por resgate com colete salva-vidas, ou mesmo depois de ter conseguido embarcar em uma balsa de salvatagem ou outra embarcação de sobrevivência, existem uma série de perigos que devem ser enfrentados:

  • O afogamento é sempre uma possibilidade, não importa quão experiente você seja como nadador. O tempo de exposição à água é perigoso devido ao cansaço e a perda de calor corpóreo, reduzindo a mobilidade e tornando o tempo de sobrevivência limitado em função da temperatura da água. 
  • A vida marinha (principalmente as com barbatanas que rompem a superfície) é sempre um perigo em mar aberto. Os movimentos de natação formam uma perturbação na superfície da água que alguns peixes podem confundir com suas presas.
  • Podem estar presentes águas-vivas e outras formas de vida marinha venenosas dos quais nosso sistema imunológico não é capaz de nos proteger.
  • A hipotermia, em águas frias, é a ameaça mais comum entre os navegantes. A roupa de imersão irá protegê-lo até certo ponto, mas você também deve usar camadas de roupas secas para se agasalhar. Lembre-se de manter a cabeça coberta. Você perde 50% do calor do seu corpo do pescoço para cima e na água a perda é 25% maior.
  • A desidratação também deve ser uma preocupação, embora haja uma certa quantidade de água para cada pessoa estocada na balsa de salvatagem, conforme a classificação da mesma. Ela deve ser racionada e captada quando houver chuva  Você pode ficar sem comida, por muito mais tempo do que consegue ficar sem água. Nunca beba água salgada por que ela causa desidratação, e há muita água salgada ao redor. Resista à tentação e monitore seus companheiros. 
  • A fome não é um problema tão grande quanto a desidratação. As rações são fornecidas em sua embarcação de sobrevivência, mas se você não tiver água, não coma. Os alimentos requerem água do seu corpo para serem processados ​​e irão acelerar o processo de desidratação. 
  • A exposição direta à luz solar direta é um problema se não houver cobertura ou abrigo do sol. Durante o dia, tente manter a pele o mais coberta possível. Se estiver com muito calor, molhe as roupas para ajudar a mantê-lo fresco. Procure manter a cabeça coberta com um chapéu ou boné.
  • Em situações de emergência é comum conflitos pessoais que podem abalar a moral e o raciocínio lógico. Procure estabelecer uma cadeia de comando e funções bem definidas para todos a bordo. Evite qualquer conflito pessoal. 


Como aumentar as chances de sobrevivência em uma balsa de salvatagem 


Quando todos os sobreviventes estiverem na balsa, ainda haverá muitas ações a serem tomadas . 

Inicialmente estabeleça uma cadeia de comando. Isso é essencial para a moral dos sobreviventes por estabelecer um senso de propósito para cada um deles. Este é um passo importante para fazer com que as pessoas queiram permanecer vivas e não desistir. 

Designe tarefas: dê a todos uma posição ou dever, como vigia, pessoa responsável pela sinalização, operador de rádio, pessoa responsável pelas rações e água, manutenção da embarcação, pessoa responsável pelos cuidados médicos, etc. 

  • Instale uma cobertura protetora ou feche a balsa de salvatagem. 
  • Verifique o equipamento de sobrevivência. 
  • Instale o sistema de coleta de água da chuva.
  • Verifique o funcionamento das luzes de sinalização. 
  • Utilize os recursos de proteção térmica. 
  • Mantenha a embarcação nas proximidades do sinal EPIRB através do uso da âncora de mar.
  • Cheque os rádios VHF e a ativação do EPIRB. 
  • Reúna ou oriente as outras embarcações de sobrevivência. 
  • Mantenha a disciplina e o moral. 
  • Dê a todos uma função ou posição. Isso faz com que todos sintam que fazem parte de uma equipe e que todos são importantes para aumentar as chances de sobrevivência.


Utilização dos sinalizadores pirotécnicos

Os sinalizadores pirotécnicos são dispositivos essenciais em uma balsa salva-vidas, projetados para atrair a atenção do resgate durante uma emergência. Aqui estão os passos detalhados sobre como utilizá-los de maneira segura e eficaz:

Sinalizadores de mão

  • Preparação:
    • Verifique o rótulo do sinalizador para entender o tipo e as instruções específicas.
    • Utilize luvas de proteção, se disponíveis, para evitar queimaduras.
    • Afaste-se de materiais inflamáveis e garanta que os outros ocupantes da balsa estejam a uma distância segura.
  • Ativação:
    • Remova a tampa protetora, geralmente na parte inferior do sinalizador.
    • Encontre a alça de ativação ou a corda.
    • Puxe a alça ou a corda firmemente para iniciar a ignição.
  • Uso:
    • Segure o sinalizador na vertical, com o braço estendido, para longe do rosto e do corpo.
    • Aponte o sinalizador para cima, garantindo que a chama ou a fumaça seja claramente visível.
    • Mantenha o sinalizador aceso pelo tempo recomendado, geralmente indicado no dispositivo.

Sinalizadores aéreos

  • Preparação:
    • Leia atentamente as instruções específicas do sinalizador aéreo.
    • Utilize o lançador ou pistola de sinalização fornecido com o sinalizador.
    • Garanta que a área ao redor esteja livre de obstruções e que os outros ocupantes estejam a uma distância segura.
  • Ativação:
    • Carregue o sinalizador na pistola ou lançador, seguindo as instruções do fabricante.
    • Aponte o lançador em um ângulo de 45 graus para o céu.
    • Puxe o gatilho para disparar o sinalizador.
  • Uso:
    • Observe o sinalizador enquanto ele sobe e explode no ar, criando uma luz brilhante ou um par de luzes.
    • Sinais aéreos são mais eficazes durante a noite ou em condições de baixa visibilidade.

Fumígenos

  • Preparação:
    • Leia as instruções específicas do sinalizador de fumaça.
    • Verifique o vento para garantir que a fumaça não volte para a balsa.
  • Ativação:
    • Remova a tampa protetora.
    • Puxe a alça de ativação ou friccionador, conforme indicado.
  • Uso:
    • Coloque o fumígeno na água para produzir uma coluna de fumaça colorida.
    • Fumígenos são especialmente eficazes durante o dia para atrair a atenção de aeronaves ou navios próximos.

Precauções gerais

  • Segurança: Nunca aponte os sinalizadores para outras pessoas ou para a balsa. Manuseie-os com cuidado para evitar acidentes.
  • Visibilidade: Utilize os sinalizadores em condições de máxima visibilidade, como quando avistar uma aeronave ou navio ao longe.
  • Armazenamento: Mantenha os sinalizadores armazenados em local seco e acessível na balsa salva-vidas, seguindo as instruções do fabricante.
  • Treinamento: Familiarize-se com o uso dos sinalizadores antes de uma emergência. Treinamentos regulares e simulações ajudam a garantir que você saiba como utilizá-los corretamente quando necessário.

Os sinalizadores pirotécnicos são ferramentas vitais para aumentar suas chances de resgate em uma situação de emergência no mar. O uso correto desses dispositivos pode fazer a diferença entre ser visto rapidamente ou passar despercebido. Portanto, conhecer e praticar o uso desses sinalizadores é essencial para a segurança e a sobrevivência de todos a bordo de uma balsa salva-vidas.


Importância dos Treinamentos e Exercícios práticos de Sobrevivência no Mar

A segurança no mar é uma preocupação fundamental para todos os envolvidos em atividades marítimas, desde tripulações de navios comerciais até marinheiros de recreio. Os treinamentos e exercícios de sobrevivência no mar desempenham um papel crucial na preparação para situações de emergência, aumentando significativamente as chances de sobrevivência e a eficácia das respostas a incidentes. Aqui estão alguns pontos-chave que destacam a importância desses treinamentos:

Familiarização com Equipamentos de Emergência

  • Conhecimento dos Equipamentos: Treinamentos permitem que os indivíduos conheçam e se familiarizem com os diversos equipamentos de segurança e emergência a bordo, como coletes salva-vidas, balsas de salvatagem, EPIRBs, extintores de incêndio e kits de primeiros socorros.
  • Uso Adequado: Ensina a utilização correta dos equipamentos, garantindo que sejam usados de maneira eficaz em situações reais.

Resposta Rápida e Coordenada

  • Redução do Tempo de Reação: Em emergências, cada segundo conta. Treinamentos regulares reduzem o tempo de reação, permitindo uma resposta mais rápida e coordenada.
  • Coordenação da Equipe: Promovem a cooperação e coordenação entre os membros da tripulação, garantindo que todos saibam seus papéis e responsabilidades durante uma emergência.

Manejo de Situações de Estresse

  • Controle do Pânico: Treinamentos ajudam os participantes a manter a calma e a agir racionalmente sob pressão, minimizando o pânico que pode comprometer a segurança.
  • Resiliência Psicológica:

    Desenvolvem a capacidade de lidar com situações de alta tensão e incerteza, fortalecendo a resiliência mental.

Simulação de Cenários de Emergência

  • Prática Realística: Simulações e exercícios proporcionam uma experiência prática em condições controladas, permitindo que a tripulação se familiarize com os procedimentos de emergência.
  • Identificação de Falhas: Ajuda a identificar pontos fracos nos planos de emergência e nos equipamentos, permitindo ajustes e melhorias.

Conhecimento de Protocolos de Segurança

  • Procedimentos Padrão: Treinamentos ensinam os protocolos e procedimentos padrão a serem seguidos durante uma emergência, como evacuação, combate a incêndios e socorro a feridos.
  • Atualização Constante: Garantem que a tripulação esteja ciente das mais recentes práticas de segurança e regulamentações marítimas.

Aprimoramento das Habilidades de Navegação e Salvamento

  • Técnicas de Navegação: Incluem a prática de técnicas de navegação de emergência e uso de equipamentos de comunicação para chamar socorro.
  • Técnicas de Salvamento: Ensinam habilidades essenciais de resgate e salvamento, como RCP (ressuscitação cardiopulmonar), manobras de Heimlich e transporte de feridos.

Cumprimento de Regulamentações e Normas de Segurança

  • Conformidade Legal: Muitos treinamentos são exigidos por leis e regulamentos marítimos internacionais e nacionais, garantindo que a embarcação esteja em conformidade com as normas de segurança.
  • Certificação: Fornecem certificações necessárias que comprovam que a tripulação está treinada e qualificada para lidar com emergências.

Os treinamentos e exercícios de sobrevivência no mar são indispensáveis para garantir a segurança de todos a bordo. Eles proporcionam o conhecimento e as habilidades necessárias para responder de maneira eficaz a emergências, minimizando riscos e aumentando as chances de sobrevivência. Através de prática constante, familiarização com equipamentos e desenvolvimento de protocolos de resposta, a tripulação está mais bem preparada para enfrentar qualquer eventualidade no mar.