Répteis marinhos

06/10/2023

Ao pensar em répteis, muitas pessoas imaginam criaturas que habitam ambientes terrestres ou de água doce. No entanto, existem alguns impressionantes répteis que fizeram dos oceanos sua casa. Os répteis marinhos representam uma adaptação notável à vida no mar, exibindo características especiais que os diferenciam de seus parentes terrestres.

Principais Répteis Marinhos:

  • Tartarugas Marinhas: São, sem dúvida, os répteis marinhos mais conhecidos. Existem sete espécies de tartarugas marinhas, incluindo a tartaruga-de-couro, tartaruga-verde, tartaruga-de-pente, entre outras. Estas criaturas incríveis migram longas distâncias entre áreas de alimentação e praias de nidificação. Sua dieta varia de espécie para espécie, com algumas preferindo medusas, enquanto outras se alimentam de plantas marinhas.
  • Crocodilos Marinhos: O crocodilo-do-mar (Crocodylus porosus) é o maior de todos os crocodilos vivos e é conhecido por passar parte de sua vida no mar, embora seja encontrado principalmente em estuários salobros. Ele pode ser encontrado no Oceano Índico, estendendo-se do leste da Índia até o Sudeste Asiático e o norte da Austrália.
  • Serpentes Marinhas: Existem várias espécies de serpentes que são adaptadas à vida marinha, predominantemente encontradas em águas tropicais do Oceano Índico e Pacífico Ocidental. São venenosas, alimentando-se principalmente de peixes e têm glândulas especializadas para excretar o excesso de sal.

Adaptações ao Ambiente Marinho:

  • Membros Transformados: Nas tartarugas marinhas, os membros dianteiros evoluíram para longas nadadeiras que as ajudam a nadar eficientemente.
  • Glândulas de Sal: Tanto as tartarugas marinhas quanto as serpentes marinhas desenvolveram glândulas especiais para excretar o excesso de sal, uma adaptação essencial à vida no mar salgado.
  • Pulmões Eficientes: Répteis marinhos têm pulmões que permitem longos períodos de mergulho. Algumas tartarugas marinhas podem permanecer submersas por horas em repouso.
  • Sentidos Aguçados: Muitos répteis marinhos têm olhos adaptados para enxergar bem na água turva e à noite.

Respiração e Flutuabilidade:

Os répteis marinhos embora tenham evoluído a partir de ancestrais terrestres, adaptaram-se notavelmente à vida no oceano. Duas das adaptações mais intrigantes que esses animais desenvolveram estão relacionadas à respiração e à flutuabilidade.

1. Respiração:

  • Pulmonar: Assim como seus parentes terrestres, os répteis marinhos respiram oxigênio atmosférico e possuem pulmões. Eles não têm guelras e, portanto, precisam vir à superfície para respirar.
  • Capacidade Pulmonar e Retenção de Respiração: Os pulmões dos répteis marinhos são mais eficientes e maiores em comparação com os répteis terrestres. Isso permite que eles armazenem mais oxigênio e retenham a respiração por longos períodos. Por exemplo, tartarugas marinhas podem permanecer submersas por várias horas em repouso e crocodilos-marinhos podem ficar submersos por cerca de uma hora.
  • Absorção Cutânea: Algumas espécies de tartarugas marinhas podem absorver pequenas quantidades de oxigênio através de sua pele, especialmente ao redor da garganta e cloaca, o que lhes permite permanecer submersas por mais tempo.

2. Flutuabilidade:

  • Pulmões como Flutuadores: Os pulmões dos répteis marinhos, além de órgãos respiratórios, atuam como órgãos de flutuação. Ao ajustar a quantidade de ar nos pulmões, esses répteis podem controlar sua flutuabilidade, permitindo que flutuem, afundem ou se mantenham em uma profundidade específica.
  • Corpo Aerodinâmico: Muitos répteis marinhos, como tartarugas e serpentes marinhas, possuem corpos aerodinâmicos que reduzem o arrasto e ajudam na flutuabilidade.
  • Armazenamento de Gordura: Em algumas tartarugas marinhas, a gordura armazenada em seu corpo, especialmente ao redor dos ombros, ajuda a fornecer flutuação adicional.
  • Ossos mais Leves: Diferentemente de muitos répteis terrestres, certos répteis marinhos evoluíram com ossos mais leves, o que ajuda a melhorar sua flutuabilidade.

A interação entre respiração e flutuabilidade é essencial para a sobrevivência dos répteis marinhos. Permite que eles explorem o ambiente marinho de forma eficiente, quer estejam caçando, evitando predadores, acasalando ou simplesmente descansando. As adaptações desses animais ao ambiente marinho são um testemunho da incrível capacidade da evolução em moldar a vida para prosperar em diferentes habitats.

Reprodução:

A reprodução dos répteis marinhos, possui características distintas que são resultado de milhões de anos de evolução e adaptação ao ambiente marinho.

1. Fecundação Interna:

Todos os répteis marinhos têm fecundação interna. Os machos possuem órgãos copulatórios, ou hemipênis, que são introduzidos na fêmea durante o acasalamento.

2. Desova na Terra:

Apesar de passarem a maior parte de suas vidas no mar, quase todos os répteis marinhos retornam à terra para desovar. Esta é uma característica evolutiva ancestral que persiste nos répteis marinhos atuais.

3. Nidificação:

  • Tartarugas Marinhas: Após a copulação no mar, as fêmeas vão até praias arenosas, geralmente à noite, para cavar um ninho e depositar seus ovos. Dependendo da espécie, uma fêmea pode colocar entre 50 a 200 ovos por ninhada. Curiosamente, muitas tartarugas retornam para desovar na mesma praia onde nasceram.
  • Crocodilos-Marinhos: Embora sejam principalmente animais aquáticos, eles desovam em terra, geralmente em montículos construídos com vegetação e lama. A temperatura do ninho determinará o sexo dos filhotes.
  • Serpentes Marinhas: A maioria das serpentes marinhas dá à luz a filhotes vivos no mar, uma adaptação que as permite não ter que retornar à terra. No entanto, algumas espécies ainda desovam em terra.

4. Incubação e Nascimento:

O período de incubação varia, mas geralmente dura alguns meses. Em tartarugas marinhas, a temperatura do ninho determina o sexo dos filhotes: temperaturas mais altas geralmente produzem fêmeas, enquanto temperaturas mais baixas produzem machos. Uma vez que os filhotes eclodem, eles precisam encontrar seu caminho até o mar, o que é uma jornada perigosa com muitos predadores à espreita.

5. Cuidado Parental:

A maioria dos répteis marinhos, após a desova, deixa seus ovos e não fornece cuidado parental. No entanto, em alguns crocodilos, a fêmea pode permanecer perto do ninho e proteger os ovos e, depois que os filhotes eclodem, ela pode ajudá-los a chegar à água.

6. Maturidade Sexual:

Répteis marinhos geralmente levam vários anos para atingir a maturidade sexual. Por exemplo, tartarugas marinhas podem levar de 10 a 50 anos, dependendo da espécie.

A reprodução dos répteis marinhos é um processo complexo, com várias etapas adaptadas à vida no e em torno do oceano. Com muitas espécies de répteis marinhos atualmente em risco devido a ameaças humanas, a compreensão de seus padrões reprodutivos é crucial para esforços de conservação.

Desafios e Conservação:

Os répteis marinhos enfrentam uma série de ameaças devido à atividade humana. A destruição do habitat, a pesca excessiva (onde muitas vezes são capturados acidentalmente em redes de pesca), a poluição marinha e as mudanças climáticas são desafios significativos. As tartarugas marinhas, em particular, são frequentemente ameaçadas pela coleta ilegal de ovos e pelo desenvolvimento costeiro que interfere em suas praias de nidificação.

Muitos esforços de conservação estão em andamento para proteger esses animais notáveis. Isso inclui a criação de reservas marinhas, programas de monitoramento e reabilitação, e campanhas de educação pública para aumentar a conscientização sobre os répteis marinhos e os desafios que enfrentam.

Os répteis marinhos são testemunhos da incrível adaptabilidade da vida na Terra. Evoluindo ao longo de milhões de anos para se ajustar à vida no vasto oceano, esses animais continuam a inspirar admiração e maravilha, e é nossa responsabilidade protegê-los para as gerações futuras.


Tartarugas Marinhas

As tartarugas marinhas são répteis fascinantes que têm navegado pelos oceanos do mundo há mais de 100 milhões de anos. Embora existam muitos tipos diferentes de tartarugas, existem sete espécies principais de tartarugas marinhas.

1. Tartaruga-Verde (Chelonia mydas):

  • Características e Anatomia: Possui uma carapaça lisa e oval, geralmente de cor verde-oliva a preta.
  • Reprodução: Nidifica em intervalos de vários anos, mas em temporadas de nidificação, pode fazer o ninho várias vezes.
  • Alimentação: Herbívoras quando adultas, alimentando-se principalmente de algas e ervas marinhas.
  • Hábitats: Águas tropicais e subtropicais, principalmente em áreas de pastagens marinhas.

2. Tartaruga-Cabeçuda (Caretta caretta):

  • Características e Anatomia: Carapaça de cor marrom-alaranjada com cabeça grande.
  • Reprodução: Nidifica a cada 2-3 anos, com várias desovas em uma temporada.
  • Alimentação: Alimenta-se de caranguejos, moluscos, e outros invertebrados.
  • Hábitats: Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico.

3. Tartaruga-de-Pente (Eretmochelys imbricata):

  • Características e Anatomia: Carapaça com escamas sobrepostas, semelhante ao padrão de um mosaico.
  • Reprodução: Intervalos de nidificação variam, com múltiplas desovas em uma temporada.
  • Alimentação: Esponjas e outros invertebrados.
  • Hábitats: Águas tropicais e subtropicais de oceanos e mares.

4. Tartaruga-de-Couro (Dermochelys coriacea):

  • Características e Anatomia: Maior das tartarugas marinhas, não possui carapaça dura, mas uma pele de couro.
  • Reprodução: Nidifica em intervalos de 2-3 anos.
  • Alimentação: Medusas e outras presas gelatinosas.
  • Hábitats: Águas abertas do oceano.

5. Tartaruga-Oliva (Lepidochelys olivacea):

  • Características e Anatomia: Menor das tartarugas marinhas, carapaça de cor oliva.
  • Reprodução: Desova várias vezes em uma temporada.
  • Alimentação: Caranguejos, moluscos e peixes pequenos.
  • Hábitats: Principalmente em áreas costeiras tropicais.

6. Tartaruga-de-Kemp (Lepidochelys kempii):

  • Características e Anatomia: Carapaça cinza-esverdeada.
  • Reprodução: Nidifica a cada 1-3 anos.
  • Alimentação: Caranguejos, moluscos e vegetação marinha.
  • Hábitats: Golfo do México e Costa Leste dos EUA.

7. Tartaruga-de-Fraldas (Natator depressus):

  • Características e Anatomia: Carapaça achatada, cor verde-acinzentada.
  • Reprodução: Desova em praias arenosas.
  • Alimentação: Invertebrados bentônicos.
  • Hábitats: Águas tropicais e subtropicais da região da Austrália.


Apesar de suas diferenças, todas as tartarugas marinhas compartilham certos desafios. Elas enfrentam ameaças significativas devido à atividade humana, como poluição, captura acidental em redes de pesca, perda de habitat de nidificação e caça ilegal. Esforços de conservação continuam sendo essenciais para garantir a sobrevivência dessas magníficas criaturas marinhas.


Serpentes Marinhas

As serpentes marinhas, pertencentes à subfamília Hydrophiinae, são fascinantes e adaptadas à vida nos oceanos. São diferentes de suas contrapartes terrestres em várias maneiras e existem aproximadamente 70 espécies. Aqui está uma visão geral das serpentes marinhas e suas características distintas.

Características Gerais:

  • Anatomia: Muitas serpentes marinhas têm corpos achatados e caudas em forma de remo, adaptadas para nadar. Ao contrário de serpentes terrestres, muitas espécies têm narinas pequenas com válvulas que se fecham quando estão debaixo d'água.
  • Veneno: A maioria das serpentes marinhas é venenosa, com venenos potentes que usam para paralisar suas presas rapidamente.
  • Respiração: Embora respirem ar, as serpentes marinhas podem passar longos períodos debaixo d'água. Elas conseguem absorver até 33% do oxigênio necessário através da pele.

Reprodução: A maioria das serpentes marinhas dá à luz a filhotes vivos em vez de colocar ovos. Este método é vantajoso, pois os ovos poderiam não sobreviver debaixo d'água ou seriam facilmente predação.

Alimentação: Elas se alimentam principalmente de peixes e moluscos. A sua estratégia é usar o veneno para paralisar rapidamente a presa antes de consumi-la.

Hábitats: Serpentes marinhas são encontradas principalmente nas águas mornas dos oceanos Índico e Pacífico. Elas preferem águas costeiras, estuários, recifes de coral e manguezais.

Algumas Espécies Notáveis e suas Características:

  • Serpente Marinha de Barriga Amarela (Pelamis platura):
    • Características: Coloração azul-acinzentada no topo com um ventre amarelo brilhante.
    • Hábitat: Águas abertas, é a única serpente marinha pelágica.
  • Serpente Marinha de Bico (Enhydrina schistosa):
    • Características: Conhecida pelo seu "bico" distintivo.
    • Hábitat: Estuários e manguezais.
  • Serpente Marinha da Austrália (Aipysurus laevis):
    • Características: Varia de cor de marrom a verde.
    • Hábitat: Recifes de coral ao redor da Austrália.
  • Serpente Marinha Anulada (Hydrophis cyanocinctus):
    • Características: Listras escuras em todo o corpo.
    • Hábitat: Águas costeiras do Sudeste Asiático até a Austrália.

Estes são apenas alguns exemplos das diversas espécies de serpentes marinhas. Enquanto elas são fascinantes, também enfrentam ameaças como degradação do habitat, poluição e captura acidental em equipamentos de pesca. Assim como outros seres marinhos, é vital protegê-las e conservar seus habitats naturais.


Crocodilos-Marinhos:

Os crocodilos-marinhos são os maiores exemplares de crocodilos vivos e representam uma fascinante junção entre o mundo dos répteis e o ambiente marinho.

Espécie: A principal espécie referenciada como "crocodilo-marinho" é o Crocodylus porosus, também conhecido como crocodilo-de-água-salgada ou simplesmente "salty" em algumas regiões.

Características e Anatomia:

  • Tamanho: Estes crocodilos são gigantes, podendo atingir até 7 metros de comprimento, embora a média fique entre 5 a 6 metros.
  • Pele: Possuem uma coloração verde-oliva ou cinza, que ajuda na camuflagem nas águas turvas onde geralmente residem.
  • Olhos e Narinas: Estão posicionados no topo da cabeça, permitindo que o animal fique submerso e ainda possa ver e respirar.
  • Dentes: Possuem uma dentição poderosa, com cerca de 64 a 68 dentes afiados.


Reprodução: 

Ninho: As fêmeas constroem ninhos de montículos, geralmente em áreas de praia ou pântanos, onde depositam de 40 a 60 ovos.

  • Incubação: O período de incubação é de cerca de 3 meses. A temperatura do ninho determinará o sexo dos filhotes: temperaturas mais altas resultam em machos, enquanto temperaturas mais baixas produzem fêmeas.
  • Cuidado: A mãe frequentemente guarda o ninho e, uma vez que os filhotes chocam, ela os ajuda a chegar à água, demonstrando um grau notável de cuidado parental para um réptil.

Alimentação:

  • Dieta: Sendo oportunistas, alimentam-se de uma variedade de presas, desde peixes e aves aquáticas até mamíferos maiores que se aproximam da água, como cangurus na Austrália ou búfalos na Ásia.
  • Técnica: Utilizam uma técnica de caça de emboscada, permanecendo em grande parte submersos e atacando rapidamente quando uma presa se aproxima.

Hábitats:

  • Localização: São encontrados desde a costa leste da Índia até o sudeste da Ásia e o norte da Austrália.
  • Ambiente: Preferem estuários, manguezais e a foz de rios, embora possam ser encontrados em mar aberto. São conhecidos por sua habilidade de viajar longas distâncias no mar.


É importante destacar que, embora os crocodilos-marinhos sejam predadores supremos em seus habitats, eles também enfrentam ameaças. A perda de habitat devido ao desenvolvimento, a poluição e a caça ilegal para a obtenção de pele e carne são problemas contínuos. Esforços de conservação são essenciais para garantir a sobrevivência desta espécie incrível.