Primeiros socorros

21/10/2023

Na navegação marítima, estar preparado para lidar com emergências médicas é uma necessidade fundamental. A bordo de um barco, os navegadores podem enfrentar uma série de situações de saúde imprevistas, desde lesões causadas por quedas até emergências médicas graves. Nesse contexto, o conhecimento em primeiros socorros não é apenas útil, mas essencial para garantir a segurança da tripulação e dos passageiros. A capacidade de administrar primeiros socorros pode fazer a diferença entre salvar vidas e lidar com uma situação crítica de forma eficaz, especialmente em áreas remotas onde o acesso a serviços médicos pode ser limitado. Portanto, entender e praticar técnicas de primeiros socorros é uma parte vital da preparação para qualquer viagem marítima.

As estruturas e as funções corporais: Para fornecer primeiros socorros eficazes e adequados em situações de emergência, é essencial compreender as estruturas e funções do corpo humano. A aplicação de técnicas de primeiros socorros requer um conhecimento sólido da anatomia e fisiologia, pois isso permite identificar lesões, compreender os sinais vitais e tomar decisões rápidas e precisas para salvar vidas. Entender como os sistemas do corpo funcionam, como o cardiovascular, respiratório e nervoso, é fundamental para reconhecer os sintomas de emergências médicas e administrar tratamentos adequados. Além disso, conhecer a anatomia ajuda a evitar danos adicionais durante a prestação de cuidados. Portanto, a compreensão das estruturas e funções corporais desempenha um papel crucial na aplicação eficaz dos primeiros socorros, promovendo a segurança e o bem-estar dos indivíduos em situações de emergência.

Sistema respiratório: O sistema respiratório é responsável pela troca gasosa entre o corpo e o ambiente, fornecendo oxigênio aos tecidos e removendo dióxido de carbono, um subproduto do metabolismo celular. Consiste em órgãos como nariz, cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares. O processo respiratório começa com a inspiração, onde o ar é inalado pelo nariz ou boca e viaja pela faringe, laringe e traqueia até alcançar os pulmões. Nos pulmões, o ar passa pelos brônquios, bronquíolos e alvéolos, onde ocorre a troca gasosa entre o ar e o sangue. O oxigênio é absorvido pelos glóbulos vermelhos e transportado para os tecidos, enquanto o dióxido de carbono é liberado dos tecidos para o sangue e, em seguida, exalado durante a expiração. O sistema respiratório também desempenha um papel na regulação do pH sanguíneo e na proteção contra agentes nocivos do ambiente, como poeira e microrganismos. Uma pessoa média inspira/expira de 16 a 18 vezes por minuto.

Sistema circulatório: O sistema circulatório é responsável pelo transporte de substâncias essenciais, como oxigênio, nutrientes e hormônios, por todo o corpo. Consiste no coração, vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares) e sangue. O coração atua como uma bomba que impulsiona o sangue para os diferentes tecidos e órgãos do corpo batendo em média 70 vezes por minuto. As artérias transportam sangue rico em oxigênio que  possuí uma coloração forte e brilhante, do coração para os tecidos,  enquanto as veias retornam o sangue pobre em oxigênio, com uma cor mais escura, de volta ao coração. Os capilares são pequenos vasos sanguíneos que permitem a troca de substâncias entre o sangue e os tecidos. O sangue é composto por células sanguíneas (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas) e plasma, uma solução aquosa que transporta os componentes sanguíneos. O sistema circulatório desempenha um papel vital na regulação da temperatura corporal, na defesa imunológica e na manutenção do equilíbrio hidro-eletrolítico. O sangue também passa pelos rins onde as impurezas e resíduos expelidos pelas células são filtrados e liberados pela urina. Os rins fazem parte do sistema urinário.

Sistema nervoso central: O sistema nervoso central (SNC) é composto pelo cérebro e pela medula espinhal, desempenhando um papel central na coordenação e controle das funções do corpo humano. O cérebro, localizado no crânio, é responsável por uma ampla gama de funções complexas, incluindo pensamento, memória, emoção, percepção sensorial e controle dos movimentos voluntários. Ele também regula funções automáticas vitais, como respiração, frequência cardíaca e pressão arterial. A medula espinhal, localizada dentro da coluna vertebral, atua como uma via de comunicação entre o cérebro e o resto do corpo, transmitindo sinais nervosos que controlam os movimentos voluntários e involuntários, bem como conduzem sensações táteis, térmicas e dolorosas para o cérebro. As células especializadas do sistema nervoso, são os neurônios, responsáveis por transmitir informações na forma de sinais elétricos e químicos. Eles consiste em um corpo celular que contém o núcleo, dendritos que recebem sinais de outros neurônios e um axônio que transmite sinais para outros neurônios. A comunicação entre os neurônios ocorre nas sinapses, onde sinais elétricos são convertidos em sinais químicos (neurotransmissores) que são liberados na fenda sináptica e recebidos pelos dendritos do neurônio receptor. Essa rede complexa de neurônios permite a transmissão rápida e eficaz de informações em todo o sistema nervoso, possibilitando funções cognitivas, sensoriais, motoras e autonômicas essenciais para o funcionamento do organismo. Estas são as células mais sensíveis do corpo humano. Após pouco mais de três minutos sem oxigenação, elas morrem e não se regeneram causando problemas neurológicos, paralisias permanentes e morte.

Sistema músculo-esquelético: nosso sistema músculo-esquelético consiste em todos os músculos e ossos do corpo e suas articulações. Nossa maior estrutura óssea é o crânio. Protege nosso cérebro composto por tecidos delicados. Ele repousa no topo da nossa coluna. Nossa coluna desce até a pélvis, ou comumente chamada de quadris. A pélvis consiste em três partes que circundam o conteúdo do nosso abdômen. Existem articulações em forma de copo na parte inferior da pélvis que sustentam a bola do fêmur. Esta articulação esférica também contém cartilagem, um tecido forte, lubrificado e flexível que evita que os ossos se toquem diretamente. Ela está conectada ao fêmur, o maior osso do corpo, e se estende para baixo conectando-se à tíbia e à fíbula, que são os ossos grandes e pequenos da parte inferior das pernas. Nesta conexão está a rótula. Esses ossos se estendem até os tornozelos e estão conectados a ossos menores dos pés. 

As costelas, por sua vez, estão presas à coluna vertebral formando uma gaiola composta por 12 ossos de cada lado do corpo, protegendo o coração e os pulmões. À medida que você respira, suas costelas se movem para dentro e para fora, correspondendo à sua frequência respiratória. 

 A clavícula se estende do pescoço até os ombros em ambos os lados do corpo . A borda externa da clavícula é unida à escápula na forma de um encaixe raso permitindo que o osso do braço (úmero) caiba dentro. Estes se estendem até a parte inferior dos ossos do braço e das mãos. Os ossos da clavícula também se conectam ao esterno, no centro da parte superior do tórax. O posicionamento da mão para reanimação cardio-pulmonar deve ser na metade inferior do esterno.  

O tecido muscular está ligado à estrutura esquelética unindo os ossos e proporcionando movimento e flexibilidade aos membros. Os músculos voluntários são aqueles que usamos para mover partes do corpo, como braços, pernas, pescoço e membros. Os músculos involuntários são aqueles que funcionam por conta própria sempre que respiramos. Estes são os músculos dos pulmões, estômago, coração e órgãos internos do corpo. Eles estão em movimento 24 horas por dia, 7 dias por semana, mesmo quando dormimos. 

Sistema digestivo: O sistema digestivo é responsável por processar os alimentos que consumimos, quebrando-os em componentes menores que podem ser absorvidos e utilizados pelo corpo. Começando pela boca, onde a mastigação e a salivação iniciam o processo de digestão, os alimentos são então engolidos e passam pela faringe até o esôfago. Este último os transporta para o estômago através de contrações musculares peristálticas. No estômago, os alimentos são misturados com suco gástrico, que contém ácido clorídrico e enzimas digestivas, iniciando a decomposição das proteínas. Em seguida, o alimento parcialmente digerido passa para o intestino delgado, onde é misturado com sucos digestivos do pâncreas e da vesícula biliar, que contêm enzimas adicionais para a quebra de gorduras, proteínas e carboidratos em nutrientes absorvíveis. As vilosidades intestinais aumentam a área de superfície do intestino delgado para facilitar a absorção desses nutrientes. O material não digerido e as fibras alimentares passam para o intestino grosso, onde a absorção de água e eletrólitos ocorre, formando fezes. As bactérias intestinais também desempenham um papel na digestão, fermentando certos carboidratos e produzindo vitaminas. Por fim, as fezes são armazenadas no reto até serem eliminadas do corpo através do ânus durante a defecação. O sistema digestivo é essencial para o fornecimento de nutrientes necessários para a energia e o funcionamento adequado do corpo humano.

Sistema genito-urinário:  O sistema genito-urinário, composto pelos sistemas urinário e genital, desempenha papéis fundamentais na eliminação de resíduos do corpo e na reprodução. O sistema urinário é responsável pela produção, armazenamento e eliminação da urina, enquanto o sistema genital está envolvido na produção de gametas e no desenvolvimento de características sexuais secundárias. O funcionamento do sistema urinário começa nos rins, onde o sangue é filtrado para remover resíduos e excesso de água, resultando na formação de urina. A urina é então transportada pelos ureteres para a bexiga, onde é armazenada até ser eliminada do corpo através da uretra durante a micção. Além da excreção de resíduos, os rins também desempenham um papel na regulação do equilíbrio de água e eletrólitos, controle da pressão arterial e produção de hormônios como a eritropoietina, que estimula a produção de glóbulos vermelhos. No sistema genital masculino, os testículos produzem espermatozoides e hormônios sexuais masculinos, como a testosterona. O sistema genital feminino inclui os ovários, que produzem óvulos e hormônios sexuais femininos, como o estrogênio e a progesterona. A fertilização dos óvulos pelos espermatozoides ocorre nas tubas uterinas, com o embrião resultante implantando-se no útero para o desenvolvimento posterior durante a gravidez. O sistema genito-urinário desempenha papéis vitais na eliminação de resíduos do corpo, manutenção do equilíbrio hídrico e na reprodução humana.


Primeiros socorros

Definição: Primeiros socorros são os procedimentos e técnicas iniciais de atendimento prestados a uma pessoa que sofreu algum tipo de acidente, lesão ou emergência médica. Essas intervenções têm como objetivo principal preservar a vida, prevenir o agravamento do quadro clínico e promover a recuperação do paciente até a chegada de assistência médica profissional. Os primeiros socorros podem incluir uma variedade de medidas, como avaliação da cena do acidente, verificação dos sinais vitais, controle de hemorragias, imobilização de fraturas, reanimação cardiopulmonar (RCP), administração de medicamentos de emergência, entre outros. É importante ressaltar que o conhecimento e a prática de primeiros socorros são habilidades valiosas que podem ser aplicadas em diversas situações de emergência, podendo fazer a diferença entre a vida e a morte de uma pessoa.


A lei do bom samaritano: A Lei do Bom Samaritano é uma legislação que visa proteger os cidadãos que prestam assistência voluntária a vítimas de acidentes ou emergências médicas. Seu objetivo é encorajar as pessoas a oferecerem ajuda imediata em situações de crise, sem medo de enfrentarem consequências legais por suas ações. A lei do bom samaritano é fundamental para promover um ambiente de apoio mútuo e solidariedade na sociedade, incentivando a prática de intervenções precoces que podem salvar vidas em situações de emergência.

Ela oferece alguma proteção legal se:

  • o ato for de boa fé.

  • não ocorrer imprudência, nem negligência.

  • o socorro for prestado com prudência.

  • os cuidados estiverem dentro do escopo de treinamento do socorrista.

  • não houver abandono da vitima uma vez iniciado o socorro.

  • não houver cobrança de pagamento ou gratificações pelo socorro.

Essa legislação varia de acordo com o país e o estado, mas geralmente fornece imunidade legal aos prestadores de primeiros socorros, desde que atuem de boa fé e dentro de suas habilidades e conhecimentos.

Resposta a emergências:

Identificação dos perigos no local: Antes de se aproximar do local, verifique a área ao redor da vítima para ver se há algum perigo para você como socorrista. Os perigos podem incluir: máquinas em movimento, áreas confinadas, cabos energizados, fumaça, gases venenosos e vapores tóxicos. Se você, como socorrista, se aproximar do local e se sentir mal ou tonto devido ao monóxido de carbono, privação de oxigênio ou outros fatores, evacue imediatamente a área e procure ajuda. 

Pedido de socorro: Quando houver suspeita de uma emergência médica ou traumática, peça imediatamente ajuda ou apoio. Se você não tiver um equipamento de comunicação em mãos, envie alguém para fazer a ligação e diga-lhe para retornar ao local para ajudar com a situação ou, se necessário, continuar a retransmitir as comunicações. 

Triagem: Se você estiver em um local com vários feridos, um a triagem é essencial para ajudar aqueles com ferimentos mais graves e deve ser categorizada da seguinte forma:

  • Crítico: com situações de risco de vida - primeiros a serem atendidos.
  • Grave: sem risco de vida. 
  • Feridos leves: pessoas com ferimentos leves capazes de se movimentar sem maiores problemas.
  • Feridos fatais ou morte: além da possibilidade de ajuda ou esperança de sobrevivência.

Uso de dispositivos de barreira: É necessário isolar seu corpo das vítimas. Um dispositivo de barreira é um dispositivo que protege partes do seu corpo dos fluidos corporais, sangue, saliva ou vômito da vítima e inclui:

  •  Luvas de látex: protegem do sangue. 
  • Máscara: protegem do ar ou de situações ambientais.
  • Óculos: protegem de detritos na área ou absorção de líquidos, ou seja, saliva, sangue, vômito. 
  • Máscara de reanimação: protege áreas expostas da face. 

Barreiras protegem os socorristas de patógenos transmitidos pelo sangue, como:

  • HBV: vírus da hepatite B 
  • HCV: vírus da hepatite C 
  • HIV: vírus da imunodeficiência humana


Avaliação primária do paciente (ABC - Airways, Breathing, Circulation): 

  • Verbal: inicie com uma avaliação verbal perguntando "Você está bem?" e ouça irregularidades na fala ou falta de resposta.
  • Vias aérea: observe o tórax da vítima para ver se ele está subindo e descendo ou por toque colocando sua mão no peito para sentir a subida e descida. Veja se as vias aéreas estão obstruídas. 
  • Respiração: ouça a respiração colocando o ouvido perto da boca da vítima para verificar sua regularidade e se há sons incomuns como gemidos e rosnados.  
  • Circulação: Pressione o pulso ou a artéria carótida para verificar se há circulação sanguínea. 

Observação do paciente: 

  • Visual:  inspecione visualmente se há sangramento, ossos expostos e se o peito está subindo e descendo. 
  • Manual: toque suavemente a vítima para ver se talvez ela está dormindo ou embriagada . Veja se há dilatação das pupilas e coloque a mão sobre o peito da vítima para ver ela está respirando. 
  • Auditiva: Ouça as respostas da vítima e a maneira como fala. Se estiver sussurando ou falando mole pode indicar uma intoxicação ou algo mais sério, como um acidente vascular cerebral. Ouça também o padrão respiratório. 
  • Geral:  verifique ao redor da vítima e no corpo se há sinais de deformidades que podem indicar ossos quebrados, sangue indicando possíveis lesões internas ou externas ou descoloração da pele da vítima que podem ser sinais de fluxo sanguíneo ou falta de fluxo sanguíneo. 

 Avaliação da lesão:

Depois de determinar que o local é seguro, a avaliação deverá ser feita na seguinte ordem, após obter permissão da vítima se ela estiver consciente. 

 1. Coloque as barreiras apropriadas. 

2. Informe a vítima sobre o que você está fazendo enquanto executa o socorro. 

3. Peça à vítima para dar respostas verbais e permanecer imóvel.

4. Pergunte à vítima se está sentindo alguma dor e onde.

5. PARE a avaliação se a vítima tem lesões no pescoço, na cabeça ou nas costas. 

6. Comece pela cabeça e prossiga pelo corpo. 

  • verificação da cabeça: Procure por quaisquer sinais de deformidade ou sangramento. Observe os olhos do paciente e o local onde ele reclama de dor. Peça para ele fechar os olhos ou piscar rapidamente e verifique se há dilatação da pupila. Faça o paciente seguir seu dedo sem mover a cabeça. Olhe para ver se ambos os olhos estão seguindo e veja se há reação à luz.
  • região da clavícula: empurre levemente para baixo e aperte as omoplatas enquanto move as mãos para fora em direção aos braços. Sinta se há anormalidades ao redor do pescoço e na área da clavícula. 
  • braços: deslize a mão pelo comprimento do braço, sentindo a parte superior do braço, passando do cotovelo até o pulso. Peça ao paciente para mover os dedos e apertar sua mão assim que alcançar os dedos e passar para o próximo braço.
  • peito: verifique o tórax colocando as mãos em ambos os lados da caixa torácica e aplicando uma leve pressão. Se possível, apalpe as costas e a coluna sob o paciente. Se o paciente sentir dor nas costas nesse momento, interrompa a avaliação. 
  • estômago / Abdômen: Aplique leve pressão em ambos os lados e acima e abaixo do umbigo. 
  • quadris: coloque as mãos em ambos os lados dos quadris e aperte-as em direção ao corpo. 
  • pernas: coloque as mãos na parte interna e externa das pernas e aperte suavemente a cada 15 centímetros até a rótula e continue até o tornozelo. 
  • pés: peça ao paciente que gire o tornozelo e, se estiver descalço, peça para dobrar os dedos dos pés. Vá para a planta dos pés e coloque as mãos na planta do pé em direção aos dedos dos pés. Peça ao paciente para empurrar para baixo com ambos os pés, verificando a coordenação e se a pressão é igual nos dois pés.

Posicionamento do paciente:

Durante a avaliação inicial do paciente, pode ser necessário mover a vítima para:

  • um exame adicional. 
  • eliminar uma obstrução das vias aéreas. 
  • uma posição de recuperação se houver alteração no nível de consciência. 
  • como parte do manejo do choque. 

Se o local for seguro e sem sinais de perigo, você NÃO deve mover a vítima devido à:

  • possibilidade de causar mais ferimentos. 
  • possíveis agravamentos de possíveis lesões internas. 
  • possibilidade de lesão no pescoço ou na medula espinhal. 

Se existir perigo no local as vítimas devem ser retiradas do local, principalmente se houver perigo potencial de ameaça à vida, como: 

  • perigo de incêndio. 
  • inundação ou naufrágio do navio. 
  • perigo de explosão ou substância tóxica na área. 
  • QUALQUER ameaça potencial imediata à vida.


Técnicas de ressuscitação: Após a avaliação primária (ABC) do paciente, pode ser necessário a aplicação de técnicas de ressuscitação, caso a vitima não esteja respirando e/ou não tenha pulso. Nestes casos proceda da seguinte forma: 

1 - Verifique se a vítima está consciente ou se precisa de mais ajuda, na seguinte ordem:

  • chame o indivíduo 
  • se não houver resposta toque suavemente o vítima 
  • avalie a situação e, se for necessário chame socorro médico, ou peça para alguém chamar. 

2 - Se a vitima estiver inconsciente, verifique a respiração. Se não estiver respirando, faça a abertura das vias aéreas:

  • pelo método modificado de impulso da mandíbula ou inclinando a cabeça e levantando o queixo.
  • ouça ou sinta a respiração novamente para ver se a vítima voltou a respirar. 

3 - Verifique o pulso da artéria carótida por 5 a 10 segundos.


4 - Se não estiver respirando, prepare-se para fazer a reanimação respiratória utilizando uma barreira. 

  • aplique duas respirações de resgate usando a técnica boca a boca. 
  • procure conseguir uma boa elevação do tórax assoprando de 1,5 a 2 segundos cada em cada ventilação. 



5 - Se não tiver pulso, posicione adequadamente as mãos para começar a fazer compressões torácicas: 

  • coloque as mãos sobrepostas para compressões a dois dedos acima do apêndice xifóide.
  • a base de uma mão sobre o osso esterno
  • a outra mão por cima da primeira
  • dedos fora das costelas.

6 - Se for aplicar a RCP sozinho:

  • abra as vias respiratórias
  • faça duas ventilações boca a boca lentas e profundas
  • aplique um ciclo de 30 compressões de 4 a 5 centímetros de profundidade sobre o osso externo, como explicado acima.
  • mantenha um ritmo de 100 a 120 compressões por minuto. 
  • a cada 30 compressões faça mais duas 2 ventilações lentas.
  • mantenha este ritmo até voltar o pulso e a respiração ou até chegar auxílio médico.
  • o paciente deve ser reavaliado quanto à respiração e pulso a cada quatro ciclos.

7. RCP com dois socorristas:

  • um socorrista faz a avaliação primária enquanto o segundo chama a ambulância.
  • um socorrista fica responsável pela abertura das vias aéreas e da respiração boca a boca, enquanto o outro fica encarregado da massagem cardíaca. A cada quatro ciclos podem revezar para dar descanso quem faz as compressões torácicas.
  • aplique um ciclo de 30 compressões de 4 a 5 centímetros de profundidade sobre o osso externo, como explicado acima.
  • mantenha um ritmo de 100 a 120 compressões por minuto.
  • a cada 30 compressões faça mais duas 2 ventilações lentas.
  • mantenha este ritmo até voltar o pulso e a respiração ou até chegar auxílio médico.
  • o paciente deve ser reavaliado quanto à respiração e pulso a cada quatro ciclos.

8. RCP em crianças e bebês: 

  • estímular com tapinhas ou cócegas.
  • abrir vias aéreas com leve extensão cervical.
  • olhar, escutar e sentir.
  • se não ventila: respiração boca-a-boca/nariz (em função do tamanho) com duração de um segundo.
  • verifique pulso braquial.
  • se negativo, massagem cardíaca imediata.
  • ponto de compressão em bebês:  cerca de 2 cm abaixo da linha dos mamilos, no osso esterno, fazer compress˜ões usando somente dois dedos. Um segundo para cada ventilação a cada 5 massagens cardíacas.
  • ponto de compressão  em crianças de até 8 anos: cerca de 2 cm abaixo da linha dos mamilos, no osso esterno, fazer compress˜oes usando apenas de uma das mãos. Um segundo para cada ventilação a cada 5 massagens cardíacas.


Afogamento: é uma das principais causas de morte acidental, especialmente no mar, praias, rios, lagos e piscinas. Trata-se de um evento rápido e muitas vezes silencioso, que pode ocorrer em questão de minutos. Compreender os perigos associados ao afogamento e estar preparado para agir rapidamente em situações de emergência pode fazer toda a diferença entre a vida e a morte.

Prevenção:

  • A melhor maneira de prevenir afogamentos é adotar medidas de segurança, como usar coletes salva-vidas ao praticar atividades aquáticas, evitar nadar sozinho, estar ciente das condições da água e nunca subestimar os perigos da água.
  • É essencial também aprender técnicas de natação e estar ciente dos sinais de afogamento para poder agir rapidamente em situações de emergência.
Causas:
  • Quedas inesperadas na água.
  • Ingestão de álcool ou drogas.
  • Incapacidade de nadar.
  • Entrar em correntes fortes.
  • Exaustão física durante a natação.

Sintomas:

  • Parada cardíaca em casos graves.
  • Lábios ou pele azulada.
  • Fraqueza ou falta de consciência.
  • Tosse excessiva e engasgos.
  • Dificuldade para respirar ou respiração rápida e superficial.

Primeiros Socorros:

  • avalie a Situação:
  • remova a pessoa da água com cuidado.
  • certifique-se de que o ambiente é seguro para você e para a vítima.
  • verifique se a vítima está respirando e se tem pulso.

  • se a vítima não estiver respirando, inicie a RCP (Ressuscitação Cardiopulmonar) imediatamente.
  • ligue para o serviço de emergência ou solicite ajuda médica o mais rápido possível.
  • se a vítima estiver inconsciente, mas respirando, coloque-a em posição de recuperação e monitore seus sinais vitais até a chegada da ajuda médica.
  • mantenha a calma e forneça apoio emocional à vítima e a outros presentes.
  • não dê nada para a vítima comer ou beber até que ela esteja completamente consciente e capaz de engolir.
  • evite movimentos desnecessários que possam piorar a condição da vítima, especialmente se houver suspeita de lesões na coluna vertebral.
  • forneça informações detalhadas sobre o que aconteceu e sobre o estado atual da vítima aos profissionais de saúde quando chegarem.


Bloqueio das vias aéreas: A asfixia é uma situação que muitos de nós iremos testemunhar ou experimentar uma vez ou outra durante a vida. Uma via aérea parcialmente obstruída normalmente estimula a tosse e é a maneira que nosso corpo usa para expelir um objeto estranho. Numa situação de asfixia consciente, a tosse deve ser encorajada. Uma vítima que não consegue tossir ou falar está apresentando uma obstrução completa das vias aéreas que requer ação imediata. Se você encontrar uma vítima inconsciente que não esteja respirando, você terá que realizar impulsos abdominais na posição horizontal. 

Sintomas:
  • mãos em volta da garganta.
  • tosse ou chiado no peito.
  • mudança de cor nas áreas faciais.
  • olhos esbugalhados e lacrimejantes. 

Se uma pessoa consegue falar, incentive-a a continuar tossindo até que o objeto seja desalojado. 

Alguém com obstrução completa das vias aéreas pode logo perder a consciência e necessitar de ajuda imediata para sobreviver. 

Se alguém estiver engasgado ou você suspeitar de um bloqueio, pergunte "você está engasgado?". Alguém incapaz de falar pode responder com um aceno de cabeça. 

Primeiros socorros:

Procedimentos de desalojamento usando golpes nas costas: 

  • um golpe nas costas deve ser administrado entre as omoplatas, com a base da mão e geralmente em grupos de 5 golpes. 
  • para administrar, dê um passo para o lado e atrás da vítima e faça-a inclinar-se ligeiramente para a frente enquanto você apoia o peito dele com a outra mão. 
  •  se essas tentativas falharem, você pode ter que passar para a pressão abdominal. 


Procedimento de desalojamento usando impulso abdominal (Anteriormente chamada de manobra de Heimlich):

  • fique atrás da vítima e envolva sua cintura com os braços. 
  • as mãos devem estar cerca de dois dedos acima do umbigo. 
  • feche o punho com o polegar voltado para o lado de impulso ou em direção ao estômago.
  • coloque a outra mão em cima da primeira. 
  • o impulso deve ser aplicado para dentro e para cima e continuado até que o objeto seja expelido ou a vítima fique inconsciente.

Procedimentos de desalojamento para vítima inconsciente: se uma vítima for encontrada no chão ou desmaiou enquanto você estava administrando a pressão abdominal, a obstrução ainda precisa ser removida. Neste caso:

  • posicione a vítima de costas com a cabeça voltada para cima. 
  • ajoelhe-se sobre as pernas da vítima na altura dos joelhos.
  • coloque a palma da sua mão cerca de 5 centímetros acima do umbigo.
  • entrelace os dedos e empurre rapidamente o estômago debaixo para cima.
  • repita várias vezes se necessário.
  • quando a obstrução for eliminada, coloque a vítima deitada de lado sobre o lado esquerdo do corpo.


Sangramento: é uma ocorrência comum em situações de emergência e pode variar de leve a grave, dependendo da causa e da extensão da lesão. Quando não controlado adequadamente, o sangramento pode levar à perda excessiva de sangue, choque e até mesmo à morte. Portanto, a aplicação de primeiros socorros para controlar o sangramento é de extrema importância. Os primeiros socorros adequados podem ajudar a estancar o sangramento e prevenir complicações sérias, possibilitando uma recuperação mais rápida e reduzindo o risco de danos permanentes. Neste contexto, é fundamental que as pessoas estejam familiarizadas com as técnicas corretas de controle para cada tipo sangramento e estejam preparadas para agir rapidamente em caso de emergência.


Classificações de sangramento:

Sangramento capilar: 

  • ocorre devido a um pequeno corte, arranhão ou perfuração.
  • limpe com sabão e água morna ou anti-séptico e um pequeno curativo.

Sangramento venoso: 

  • é um corte mais profundo que atinge uma veia. 
  • o sangue venoso é vermelho escuro e tem um fluxo constante.
  • algumas veias levam o sangue diretamente ao coração e quando lesionadas pode ser fatal e requerem primeiros socorros imediato.
  • o uso de pressão direta e elevação do membro é o método mais eficaz para estancar a hemorragia.
  • geralmente é necessário dar pontos para estancar o sangramento 

Se o tratamento for administrado e mesmo enfaixado continuar a sangrar, aplique outra cobertura ou bandagem em cima do primeiro. 

NÃO remova o curativo original até chegar ao centro de tratamento ou hospital.


Sangramento Arterial:

 O tipo mais grave de sangramento. A cor do sangue arterial é vermelha brilhante e pode esguichar com a frequência das batidas do coração. Se uma artéria principal for cortada, haverá apenas um minuto para evitar a morte. 


Primeiros socorros:

  • o sangramento capilar geralmente requer apenas limpeza e uma cobertura leve como gaze ou curativo 
  • o sangramento venoso deve ser interrompido rapidamente usando pressão direta sobre o ferimento. Se o curativo ficar saturado, deve-se aplicar outro curativo, um em cima do outro. É importante NÃO remover a almofada original até que haja assistência médica disponível. Nunca retire o curativo. Se a pressão direta não parar o sangramento, eleve o membro até que fique mais alto que o coração. 
  • o sangramento arterial realmente exige ação rápida e deve combinar a pressão direta e a elevação do membro, se possível. Você deve usar pontos de pressão para interromper o fluxo de sangue. 


Localização dos pontos de pressão:

  • artéria braquial: a meio caminho entre o cotovelo e a axila.
  • artéria femoral: na frente da parte superior da coxa e abaixo do meio da dobra da virilha.

Deve aplicar pressão direta sobre o ferimento para estancar o sangramento e pressionar a artéria acima do ferimento para reduzir o fluxo sanguíneo na área ferida.


Choque:

O choque pode ocorrer mesmo em uma emergência menor se o sistema circulatório do corpo não conseguir fornecer um suprimento de sangue adequado a todas as partes. Se uma parte do corpo não receber um suprimento suficiente de sangue, ela deixa de funcionar direito e a pessoa pode entrar em estado de choque. 

 Sintomas:

  • ansiedade, inquietação ou irritabilidade.
  • consciência alterada. 
  • pulso rápido. 
  • respiração rápida. 
  • pele pálida, fria e úmida. 
  • olhar atordoado e aparência confusa. 
  • sentimento de fraqueza ou desamparo. 
  • sede.
  • náusea.

Primeiro socorros: 

  • mantenha a vítima deitada e confortável.
  • fale em um tom tranquilizador para aliviar a ansiedade. 
  • se necessário controle qualquer sangramento. 
  • deite a vítima e eleve as pernas em 25 a 30 centímetros colocando um apoio para os pés.
  • cubra a vítima e mantenha-a aquecida. 
  • NÃO lhe dê nada para beber ou comer. 
  • mantenha-a em lugar arejado e bem ventilado. 
  • se ocorrer vômito, deite a vítima sobre o lado esquerdo do corpo com a boca voltada para baixo. 
  • chame socorro médico.


Queimaduras: 

As queimaduras são lesões na pele causadas por calor, produtos químicos, eletricidade ou radiação. Elas podem variar em gravidade, desde queimaduras leves que afetam apenas a camada superficial da pele até queimaduras graves que afetam músculos, ossos e tecidos profundos.

Classificações de queimaduras:

Primeiro grau ocorre quando apenas a camada superior da pele é danificada, como uma queimadura solar ou uma exposição rápida ao fogo. Os sintomas incluem:

  • vermelhidão no local.
  • dor.
  • aumento da temperatura na região afetada.
  • maior sensibilidade na área afetada.

Segundo grau: atravessa a epiderme e atinge a segunda camada (derme). As características são:

  • bolhas
  • vermelhidão profunda
  • inchaço
  • dor intensa

Terceiro grau: tem todas as camadas da pele destruídas com aparência de couro ou carbonizada. Isto muitas vezes não é tão doloroso quanto as queimaduras de primeiro e segundo grau porque os nervos foram destruídos. Músculos e ossos podem ficar expostos. Os sintomas incluem:

  • carbonização da área ou enegrecimento.
  • coloração marrom na região atingida.
  • endurecimento da pele ao redor da ferida.
  • feridas vermelho cereja e secas.
  • áreas brancas leitosas.
  • pele grossa e com aspecto de couro.


Tipos de queimaduras:

Queimadura térmica: ocorre por radiação do calor, como por exemplo, uma chapa de metal aquecida, chamas, fogão ou motor aquecido. A bordo de uma embarcação, isso pode ocorrer em áreas como cozinha e casa de máquinas.

Queimadura por radiação: semelhante à queimadura térmica e pode ser causada pelo sol excessivo, por exposição a UV ou a raios X.

Primeiros Socorros:

Primeiro grau:

  • lave a área com água fria (não gelada) por cerca de 10 minutos.
  • remova quaisquer objetos, como joias ou roupas ao redor da área.
  • cubra a área com uma bandagem estéril e faça um curativo frouxo.
  • verifique diariamente se há sinais de infecção

Segundo grau: 

  • lave a área com água fria por 15 a 20 minutos.
  • remova objetos, como roupas ou joias ao redor da área.
  • mantenha no kit de primeiros socorros pomadas como Polysporin ou Bacitracina e aplique sobre a queimadura. 
  • cubra a  queimadura com curativo estéril e frouxo.
  • não use sprays ou manteigas que retenham o calor.
  • verifique frequentemente se há sinais de infecção.
  • procure ajuda médica assim que possível.

Terceiro grau: 

  • atenção médica obrigatória por profissional.
  • não tente tirar roupas ou materiais de dentro da ferida.
  • se a ferida não tiver detritos externos, cubra com um pano leve e estéril.
  • mantenha a vítima imóvel e bem hidratada. 
  • eleve a área queimada com travesseiros ou suporte para manter o membro mais alto que o coração. 


Reduzindo a possibilidade de infecção:

  • lave e esfregue as mãos antes de tratar o paciente.
  • use luvas estéreis.
  • limpe a área afetada com água e solução de iodo-povidona.
  • remova sujeira e detritos do redor da ferida ou do local da queimadura.
  • não remova pedaços de tecido da pele ou das bolhas abertas.


Queimadura respiratória: ocorre quando uma pessoa inala gases ou vapores quentes, ou for exposta e respirar agentes que esgotam o oxigênio, como pastilhas de cloro. Acontece com mais frequência no local de um incêndio, onde pode ocorrer inalação de fumaça ou respiração de ar quente misturado com partículas ferventes.

Primeiros socorros:

  • mova a vítima para uma área segura.
  • verifique a respiração e a circulação.
  • coloque-a em uma posição semi-sentada ou reclinada.
  • chame emergência médica.

 

Queimaduras químicas: ocorre devido a produtos químicos, muitos de uso diários, como cloro, ácidos como o das baterias, soda cáustica, alguns tipos de tinta e verniz, produtos de limpeza, como diluentes e solventes usados ​​para limpar aço inoxidável ou outros metais na embarcação. 

Primeiros socorros:

  • lavar a área queimada por pelo menos pelo menos 20 minutos.
  • remova roupas e joias contaminadas o mais rápido possível.
  • remova produtos químicos secos, como cal.
  • observe a vítima quanto a reações retardadas.
  • se o produto químico estiver no olho, enxágue para baixo para evitar o fluxo para o outro olho.


Queimadura elétrica: ocorre quando uma pessoa é exposta à eletricidade e pode danificar gravemente o tecido subjacente. Podem ser causadas desde por relâmpagos, que provocam danos extremos a tudo o que está conectado por cabos elétricos na embarcação e que, às vezes, pode atingir pessoas, até ferramentas elétricas defeituosas, curto circuitos ou fiação mal isolada. 

A eletricidade geralmente entra no corpo nas áreas ao redor do pescoço, joelhos, dedos das mãos e dos pés, mas pode ocorrer em qualquer lugar. 

Freqüentemente, há áreas de entrada e saída, portanto o socorrista precisa verificar minuciosamente as partes do corpo se houver suspeita de queimadura elétrica.

Fique longe da vítima até ter certeza de que a energia está desligada. 

Primeiros socorros:

  • desligar a fonte de alimentação.
  • faça uma avaliação primária (ABC) da vítima e inicie a RCP se necessário.
  • Não mova a vítima.
  • Cubra a queimadura com curativo estéril seco.
  • Procure ajuda médica. 

Procure por duas áreas queimadas . A eletricidade pode provocar feridas de entrada e saída


Distensões, entorses, luxações e fraturas: os primeiros socorros desempenham um papel crucial na gestão inicial de distensões, entorses, luxações e fraturas, uma vez que essas lesões são comuns em diversas situações, como prática esportiva, atividades físicas cotidianas ou acidentes. A capacidade de reconhecer e fornecer assistência imediata nessas circunstâncias pode ajudar a minimizar a gravidade da lesão, reduzir o desconforto do paciente e até mesmo prevenir complicações futuras.

Os sinais e sintomas de distensões, entorses, luxações e fraturas incluem:

  • deformidade.
  • inchaço e descoloração.
  • som estranho.
  • dor.
  • incapacidade de mover a área lesionada.
  • osso exposto em uma fratura exposta.

Para reduzir o inchaço da área e ao redor dela deve-se aplicar uma compressa de água gelada ou pacotes de gelo embrulhados em uma toalha. Nunca aplique gelo diretamente na lesão. 

Aplicação de talas e suporte:

  • utilize talas apropriadas.
  • faça uma tração adequada.
  • estabilize a região afetada.
  • faça um acolchoamento sobre a pele para apoiar as talas.

Mãos ou punhos: use como tala uma tábua plana de 8 a 10 de comprimento ou uma revista enrolada e uma bandagem triangular . - 

  • coloque a tala sob o pulso de forma que a parte carnuda da palma da mão fique apoiada na tala.
  • prenda o pulso acima e abaixo da articulação com uma bandagem de rolo.
  • dê um nó acima e abaixo da articulação e verifique a circulação.
  • passe a bandagem triangular ao redor da lesão e ao redor do pescoço para imobilizar o pulso.

Antebraços: use como tala uma tábua plana de 12 a 18 polegadas de comprimento ou uma revista enrolada.

  • faça com que a vítima segure a área lesionada em uma posição perto do peito.
  • coloque placas ou revistas sob a lesão no centro da fratura/lesão.
  • use bandagens triangulares ou de rolo para fixar a tala acima e abaixo da lesão.
  • verifique a circulação.
  • fixe suporte adicional, como bandagem triangular abaixo do braço e ao redor do pescoço para dar suporte ao braço.
  • coloque uma bandagem adicional ao redor do tórax da vítima para ajudar na imobilização.

Ombros: faça um tala de ombro usando duas bandagens triangulares.

  • coloque uma bandagem triangular sob o braço para tirar o peso do ombro com as duas pontas subindo e atrás do pescoço.
  • use a segunda bandagem triangular para imobilizar o braço junto ao corpo.

Pernas: para fazer uma tala para perna use uma manta ou talas longas e 4 bandagens triangulares.

  •  mantenha a perna reta
  • posicione as talas em ambos os lados da perna
  • use 4 bandagens triangulares para prender as talas na perna ferida, amarrando em dois lugares acima do joelho área e dois abaixo.

Ao imobilizar uma perna você pode usar outras duas bandagens para manter as duas pernas juntas. Neste caso, é necessário um mínimo de duas tiras para imobilizar os dois membros juntos, fixando uma tira acima do joelho e a outra no tornozelo.

Cabeça e coluna vertebral: você deve sempre suspeitar de uma lesão na cabeça ou na coluna como resultado de qualquer um dos seguintes acidentes:

  • automobilísticos.
  • quando a vítima é arremessada de qualquer veículo motorizado.
  • cair de uma altura maior que sua própria altura.
  • um ferimento de penetração, como um tiro ou facada. 
  • golpe severo na cabeça, pescoço ou costas. 
  • acidente ao saltar na água em locais rasos. 
  • queda de raio.
  • qualquer lesão grave por impacto. 

Ao avaliar a lesão você pode suspeitar de lesão na cabeça ou na coluna se houver: 

  • uma mudança na consciência. 
  • dificuldade em respirar. 
  • visão prejudicada. 
  • incapacidade de mover uma parte do corpo. 
  • dor de cabeça. 
  • vômito. 
  • perda de equilíbrio.
  • formigamento ou dormência nas extremidades.

Quando houver lesão na cabeça ou na coluna e for preciso mover a vítima ou transporta-la para um centro médico, será necessário colocá-la em uma prancha ou outro dispositivo móvel.

A técnica correta para efetuar este movimento é conhecida por Log Roll e envolve rolar o paciente de lado para mover a prancha traseira sob ele. 

Para tanto são necessários cuidados extras devem ser tomados para manter a cabeça alinhada com a coluna. 

O responsável na administração dos primeiros socorros deverá orientar e dar os comandos aos socorristas auxiliares na seguinte ordem, enquanto segura a cabeça da vítima: 

  • oriente os socorristas a se posicionarem ao lado do paciente 
  • oriente os socorristas quanto ao posicionamento correto das mãos nos ombros, cintura, quadril, coxa e pernas da vítima.
  • ao dar o comando de "rolar", faça com que os socorristas rolem a vítima na mesma direção da cabeça, enquanto você mantêm o apoio e o alinhamento da cabeça com a coluna.
  • comande o posicionamento da prancha atrás do paciente.
  • peça para o grupo para rolar o paciente de volta para cima da prancha. 
  • prenda o paciente na prancha para transporte para o hospital.


Outras emergências médicas: 

As seguintes doenças podem muitas vezes se transformar em emergências se não forem tratadas prontamente. 

Mal súbito: Se você não sabe a causa exata de uma doença, deve cuidar dos sinais presentes. 

Sinais e sintomas:

  • pele pálida ou avermelhada.
  • suores frios. 
  • tonturas ou vertigens. 
  • confusão. 
  • náuseas ou vómitos. 
  • fortes dores de cabeça. 
  • paralisia. 
  • fala arrastada. 
  • convulsão. 
  • dificuldade em respirar. 
  • dor persistente.
  • queda de pressão.
  • perda de consciência. 

Primeiros socorros:

Ajude a vítima a descansar confortavelmente e pergunte o seguinte: 

  • Você é alérgico a alguma coisa ? 
  • Você está tomando medicação? 
  • Quando você comeu pela última vez? 
  • O que levou a este problema? 
  • Procure etiquetas de alerta médico. 
  • Tranquilize a vítima. 
  • Fique atento a sinais de mudança.
  • Não dê nada para comer ou beber (exceto para diabéticos). 
  • Evite que a vítima fique com frio/calor.
  • Procure socorro médico se necessário.


Asma: é uma condição que estreita a passagem do ar e dificulta a respiração. 

Sinais e sintomas:

  • sibilos ou dificuldade em expirar.
  • aumento da frequência cardíaca.
  • ansiedade.
  • veias salientes no pescoço.
  • tosse.
  • ombros curvados e peito puxado para cima pelo esforço respiratório.

Primeiros socorros:

  • acalme a vítima e dê-lhe segurança.
  • ajude com qualquer medicação prescrita.
  • deixe a vítima confortável e procure aconselhamento médico.


Diabetes: o diabetes é uma das principais causas de morte. Diabetes é a incapacidade do corpo de regular a quantidade adequada de açúcar em nosso corpo. Os sinais e sintomas são os mesmos do mal súbito. Se você sabe que a pessoa é diabética, pergunte quando foi a última vez que comeu. Provavelmente, o nível de açúcar no sangue está baixo. 

Primeiros socorros:

  • converse com a vítima e verifique sua capacidade de resposta.
  • veja se ela porta uma etiqueta de alerta médico.
  • se estiver consciente, dê açúcar.
  • se responder ao açúcar, continue monitorando até ter 100% de certeza de que está tudo bem e todos os sinais e sintomas desapareceram.
  • se não houver melhora com o açúcar. Procure socorro médico e monitore a respiração. 
  • se estiver inconsciente, procure socorro médico e monitore a respiração. 


Convulsões: ocorrem quando a atividade elétrica do cérebro se torna irregular. Pode ser devido a uma doença, um acidente ou devido a epilepsia. As convulsões podem variar desde um leve desmaio até convulsões graves. 

Primeiros socorros: 

  • limpe a área de quaisquer objetos com os quais a vítima possa se machucar. 
  • NÃO segure ou restrinja a vítima nem coloque nada em sua boca. 
  • proteja a cabeça com um travesseiro ou cobertor para evitar lesões. 
  • coloque a vítima de lado depois que a atividade cessar para evitar asfixia.


Reações alérgicas: podem ser causadas por qualquer um dos seguintes motivos:

  • picadas ou ferroadas de insetos e animais peçonhentos. 
  • ingestão de alguma substância ou medicamento. 
  • inalação de substâncias como pólen ou produtos químicos. 
  • injeção de substâncias injetada como penicilina. 
  • absorção de substância como produtos químicos. 

Sinais e sintomas: 

  • Erupção cutânea, 
  • queimação na pele ou urticária 
  • sensação de aperto no peito ou na garganta 
  • dificuldade em respirar 
  • náusea 
  • inchaço da face, pescoço, lábios ou língua
  • confusão tontura .
  • desmaio ou coma 

Primeiros socorros:

  • avalie a gravidade da reação e determine se é uma reação leve, moderada ou grave.

  • remova o alérgeno: se possível, identifique e remova a fonte da alergia para evitar mais exposição.
  • administre anti-histamínicos: em casos de reações leves a moderadas, administre medicamentos anti-histamínicos de venda livre, como loratadina ou cetirizina, conforme as instruções da embalagem.
  • aplique uma compressa fria na área afetada para aliviar a coceira e o inchaço.
  • se a reação for grave, com sintomas como dificuldade respiratória, inchaço da garganta, tontura ou perda de consciência, chame imediatamente os serviços de emergência e busque atendimento médico urgente.
  • em casos de reações alérgicas graves conhecidas como anafilaxia, se a pessoa tiver um EpiPen, administre-o imediatamente conforme as instruções do fabricante e busque atendimento médico urgente.
  • ajude a pessoa a se acalmar e fique ao seu lado até que a ajuda médica chegue, monitorando seus sinais vitais e observando qualquer piora nos sintomas.
  • se a pessoa tem um histórico de reações alérgicas graves, certifique-se de que ela tenha consigo um plano de ação de emergência, medicamentos prescritos e um EpiPen, e esteja ciente de como usá-los corretamente.


Acidentes vasculares cerebrais (AVC): ocorrem quando o fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro é interrompido devido ao bloqueio de um vaso sanguíneo ou perda de sangue ( hemorragia). Um acidente vascular cerebral requer atenção médica imediata. Os sintomas são semelhantes aos sinais gerais de emergência médica e podem ser precedidos por uma forte dor de cabeça. 

Primeiros Socorros: 

Verifique se há capacidade de resposta. Se não responder, peça ajuda médica imediata.

Avalie a respiração e a circulação. Se a respiração e a circulação estiverem presentes: 

  • coloque a vítima deitada de lado. 
  • certifique-se de que a ajuda médica está chegando. 
  • conforte e tranquilize a vítima. 
  • continue monitorando a respiração e o pulso. 


Envenenamento: 

Sintomas e sinais:

  • cólicas ou dores abdominais. 
  • náuseas e/ou vômitos. 
  • diarréia. 
  • queimaduras.
  • manchas e odor dentro e ao redor da boca. 
  • mudança de consciência. 
  • plantas, recipientes ou gases venenosos na área.

Primeiros socorros:

  • avalie o local em busca de pistas e segurança.
  • afaste a vítima da área, se possível.
  • avalie o nível de resposta da vítima.
  • cuide de quaisquer condições de risco de vida.
  • se a vítima estiver consciente, tente conseguir mais informações.
  • alerte o Centro de Controle de Intoxicações.
  • mostre ao médico qualquer recipiente suspeito. 


Mordidas e picadas:

Primeiros socorros: 

  • lave o local com água e sabão neutro.
  • aplique uma compressa fria.
  • monitore possíveis reações alérgicas. 


Emergências relacionadas ao frio: o congelamento ocorre em áreas de frio extremo ou devido à exposição prolongada ao frio. Geralmente afeta as extremidades, como nariz, orelhas, pés e mãos. 

Em casos extremos, pode ocorrer gangrena, resultando na perda de uma parte do corpo.

Sintomas: 

  • pele branca e cerosa 
  • a área pode parecer congelada na superfície. 

Primeiros socorros: 

  • retirar a vítima de um ambiente frio. 
  • transportar imediatamente para um centro médico.
  • não permitir que a vítima fume (contrai os vasos sanguíneos).
  • NÃO reaquecer a área se houver possibilidade de recongelamento.
  • quando recomendado por um profissional médico para reaquecimento, coloque a área afetada em água morna a 40°- 45°C. 
  • quando descongelado, faça um curativo com curativo estéril e coloque acolchoamento entre os dedos das mãos e dos pés antes de transportar para o centro médico.

Hipotermia: ocorre quando a exposição prolongada ao frio reduz a temperatura corporal basal. 

Hipotermia leve:

Sinais e sintomas: 

  • tremores. 
  • fala arrastada. 
  • tropeços ou cambaleios. 
  • geralmente a vítima é capaz de falar e está consciente. 

Primeiros socorros: 

  • retirar do ambiente frio. 
  • prover uma fonte de calor (água morna ou lareira etc....), ou usar o calor do próprio corpo, abraçando a vítima. 
  • substituir roupas molhadas. 
  • fornecer um goro, casaco ou cobertor para aquecer a vítima.
  • se a vítima não se recuperar, procure atendimento médico. 

Hipotermia grave: 

Sinais e sintomas:

  • temperatura corporal basal abaixo de 35°C. 
  • a vítima para de tremer.
  • músculos duros e rígidos.
  • pele com aspecto azulado.
  • pele não reage à dor. 
  • pulso e respiração ficam lentos.
  • pupilas dilatadas. 
  • a vítima pode parecer morta.

Primeiros socorros: 

  • peça ajuda.
  • evite que a vítima fique mais fria. 
  • o reaquecimento no campo NÃO é recomendado com hipotermia grave.
  • tenha cuidado ao mover a vítima, trate como se ela fosse de vidro.
  • ao verificar os sinais vitais, cheque cuidadosamente o pulso antes de determinar a necessidade de RCP.

Lesões Específicas:

Abdominal: sempre suspeite de hemorragia interna.

Primeiros socorros:

  • ligue imediatamente para o serviço de emergência.
  • trate o choque.
  • NÃO tente reinserir órgãos se estiverem salientes da vítima. 
  •  Cubra a área com um curativo úmido.


Olhos:

Primeiros socorros: 

Objeto penetrante: 

  • proteja os olhos com acolchoamento ao redor do objeto
  • prenda o objeto para que não se mova. 
  • cubra o outro olho com um tapa-olho para interromper o movimento do olho lesionado. 

Cortes ou pancadas nos olhos:

  • coloque tapa-olhos
  • procure atendimento médico. 

Produtos químicos nos olhos:

  • lave os olhos com água, continuando a revirá-los para enxaguar o máximo possível da área. 
  • se apenas um olho estiver infectado, enxágue com o rosto de lado com o olho atingido voltado para baixo, para evitar a contaminação do olho bom. 

Objeto solto no olho:

  • puxe a pálpebra superior para cima e a inferior para baixo. 
  • se o objeto puder ser visto, tente removê-lo com uma gaze úmida.
  • nunca toque na córnea do olho.


Bolhas: 

Primeiros socorros:

  • nunca estoure uma bolha. 
  • para manter uma bolha intacta, faça um curativo com vários pedaços de gaze e prenda a área com fita adesiva. 
  •  se a bolha estourar, lave a ferida aberta e cubra com gaze estéril. .


Feridas no peito:

Primeiros socorros:

Objeto penetrante:

  • NÃO remova o objeto. 
  • faça um curativo ao redor para o objeto não se mover e mantenha a vítima imóvel. 
  • chame socorro médico. 

Sem objeto penetrante:

  • cubra a ferida para evitar que o ar entre na cavidade. 
  • use filme plástico doméstico dobrado várias vezes para colocar sobre a abertura. 
  • deixe uma extremidade aberta para evitar que o ar fique preso no peito. 
  • chame socorro médico. 

Ferimento fechado no peito causado por uma pancada na área:

  • coloque um travesseiro sobre a área lesionada.
  • observe sinais de choque. 
  • pode ocorrer hemorragia interna. 
  • chame socorro médico. 


Dente:

Primeiros socorros:

Dor de dente:

  • enxágue com água morna. 
  • use fio dental ou remova quaisquer detritos que possam causar irritação na área.
  • NÃO coloque aspirina no dente. 

Dente arrancado:

  • coloque o dente em um recipiente com leite e leve ao dentista em até 30 minutos.
  • se for levar mais tempo do 30 minutos, enxágue o dente em água fria, coloque-o de volta no lugar e leve a vítima ao dentista o mais rápido possível. 
  • não recoloque dentes em crianças pequenas, pois elas podem engoli-los. 

Dente quebrado:

  • limpe a área do dente e vá ao dentista o mais rápido possível.