Prevenção e combate a incêndio

20/10/2023

A prevenção e o combate a incêndios em embarcações são aspectos cruciais para garantir a segurança de tripulantes e passageiros, bem como a integridade da embarcação e do meio ambiente. Em ambientes marítimos, a ocorrência de um incêndio pode rapidamente se tornar catastrófica devido à presença de combustíveis, à dificuldade de evacuação e à possibilidade de propagação rápida do fogo. Portanto, é fundamental que todas as embarcações sejam equipadas com sistemas adequados de detecção e supressão de incêndios, que as tripulações recebam treinamento rigoroso e contínuo em práticas de segurança contra incêndios, e que sejam adotadas medidas preventivas robustas. Desde a inspeção regular dos sistemas elétricos e de combustíveis até a realização de exercícios de simulação de incêndio, cada passo é vital para minimizar os riscos e garantir uma resposta eficaz em situações de emergência.


O triângulo do fogo

O triângulo do fogo é um modelo simples utilizado para entender os três elementos necessários para a ocorrência e manutenção de um incêndio. Esses três elementos são:

  1. Combustível: Qualquer material que pode queimar, como madeira, papel, tecidos, líquidos inflamáveis, gases, e materiais sólidos. O combustível é a matéria que alimenta o fogo.

  2. Oxigênio: Presente no ar, o oxigênio é essencial para a combustão. Normalmente, o ar contém cerca de 21% de oxigênio, quantidade suficiente para sustentar um incêndio. Sem oxigênio, o fogo não pode se iniciar nem se manter.

  3. Calor: A energia necessária para iniciar a combustão e elevar a temperatura do combustível ao seu ponto de ignição. Fontes de calor podem incluir chamas abertas, faíscas elétricas, superfícies aquecidas, e reações químicas.

Para que um incêndio ocorra, esses três elementos devem estar presentes simultaneamente. Remover qualquer um desses componentes interrompe o processo de combustão e extingue o fogo. Por exemplo, extinguir um incêndio pode envolver:

  • Remover o combustível: Eliminar ou isolar o material combustível.
  • Reduzir o calor: Aplicar água ou outros agentes de resfriamento para baixar a temperatura abaixo do ponto de ignição.
  • Cortar o suprimento de oxigênio: Usar extintores de CO2, cobrir com materiais não inflamáveis, ou criar uma barreira para impedir a entrada de oxigênio.

Entender o triângulo do fogo é fundamental para a prevenção e o combate a incêndios, permitindo intervenções eficazes para eliminar um ou mais dos elementos essenciais e, assim, extinguir o fogo.


Classificação de incêndios

Os incêndios são classificados em diferentes tipos, baseados nos materiais combustíveis envolvidos. Esta classificação ajuda na escolha dos métodos e agentes extintores mais eficazes. Os principais tipos de incêndios são:

Classe A: Materiais sólidos comuns

  • Combustíveis: madeira, papel, tecido, borracha, e plásticos.
  • Característica: produzem brasas ao queimar.
  • Métodos de Extinção: água, espumas, e alguns tipos de pós químicos. A água é eficaz porque resfria o material e extingue as chamas.

Classe B: Líquidos inflamáveis e gases

  • Combustíveis: gasolina, óleo, graxa, solventes, tintas, e gases inflamáveis (propano, butano).
  • Característica: não produzem brasas.
  • Métodos de Extinção: espumas, CO2, pó químico seco, e halogenados. A água não é recomendada, pois pode espalhar o líquido inflamável, agravando o incêndio.

Classe C: Equipamentos elétricos energizados

  • Combustíveis: equipamentos elétricos, fiações, aparelhos eletrônicos.
  • Característica: risco de choque elétrico.
  • Métodos de Extinção: CO2, pó químico seco, e halogenados. A água e espumas não devem ser usadas, pois são condutoras de eletricidade.

Classe D: Metais combustíveis

  • Combustíveis: metais reativos como magnésio, titânio, potássio, e sódio.
  • Característica: reagem violentamente com água.
  • Métodos de Extinção: pós químicos especiais, como pó de grafite, cloreto de sódio, e pó de cobre. Água e extintores comuns não são eficazes e podem agravar o incêndio.

Classe K: Óleos e gorduras de cozinha

  • Combustíveis: óleos e gorduras vegetais e animais utilizados em cozinhas comerciais.
  • Característica: incêndios de alta temperatura.
  • Métodos de Extinção: agentes químicos úmidos que saponificam (transformam em sabão) os óleos e gorduras, como os usados em extintores de classe K.

Considerações especiais:

  • Incêndios combinados: alguns incêndios podem envolver mais de uma classe de combustíveis, exigindo uma combinação de métodos de extinção.
  • Prevenção e preparação: é crucial ter o tipo adequado de extintor de incêndio disponível e saber como usá-lo corretamente.

Entender esses diferentes tipos de incêndios e os métodos apropriados para combatê-los é vital para uma resposta eficaz em situações de emergência, seja em ambientes domésticos, comerciais, industriais ou marítimos.


Fontes de ignição:

Conhecer as fontes comuns de ignição é fundamental para implementar medidas preventivas eficazes. As principais fontes de ignição de incêndios em embarcações incluem:

1. Falhas elétricas

  • Sobrecarga de circuitos: usar equipamentos elétricos que excedem a capacidade do sistema.
  • Fiação defeituosa ou danificada: fios desgastados, isolamentos quebrados e conexões frouxas.
  • Equipamentos mal instalados: instalações inadequadas de sistemas elétricos.

2. Combustíveis e vapores Inflamáveis

  • Vazamentos de combustível: fugas de gasolina, diesel ou óleo de motores e tanques de combustível.
  • Acúmulo de vapores: vapores de combustível acumulados em compartimentos mal ventilados podem ser altamente inflamáveis.

3. Fontes de calor

  • Motores quentes: superfícies quentes dos motores podem inflamar materiais combustíveis próximos.
  • Aquecedores e fogões: uso indevido ou defeituoso de aquecedores e fogões a bordo.

4. Cigarros e fósforos

  • Fumar a bordo: bitucas de cigarro mal apagadas e fósforos podem facilmente iniciar um incêndio, especialmente em áreas com materiais inflamáveis.

5. Chamas abertas

  • Cozinha a bordo: uso de fogões, churrasqueiras e outras fontes de chama aberta na cozinha do barco.
  • Soldagem e trabalhos quentes: atividades de manutenção que envolvem solda ou corte com chama.

6. Espontaneidade química

  • Produtos químicos de limpeza e materiais de manutenção: reações químicas entre materiais armazenados ou manipulados inadequadamente.

7. Baterias

  • Sobrecarga de baterias: carregamento inadequado ou baterias defeituosas podem superaquecer e inflamar.
  • Fiação e conexões: conexões de bateria soltas ou corroídas podem causar faíscas.

8. Relâmpagos

  • Tempestades: embarcações expostas em águas abertas podem ser atingidas por raios, causando incêndios.

9. Colisões

  • Impactos: colisões com outras embarcações ou objetos submersos podem danificar sistemas elétricos ou tanques de combustível, provocando incêndios.

10. Reabastecimento de Combustível

  • Derramamentos: durante o reabastecimento, o derramamento de combustível pode entrar em contato com fontes de ignição.
  • Vapores inflamáveis: vapores liberados durante o reabastecimento podem se acumular e inflamar se houver faíscas ou calor próximo.


Medidas Preventivas

Para minimizar o risco de incêndio em embarcações, as seguintes medidas preventivas são recomendadas:

  • Inspeções regulares: verificar periodicamente os sistemas elétricos e de combustível.
  • Manutenção adequada: Garantir que todos os sistemas e equipamentos estejam bem mantidos e funcionando corretamente.
  • Ventilação apropriada: manter boa ventilação para evitar acúmulo de vapores inflamáveis.
  • Capacitação da tripulação: treinar todos a bordo sobre procedimentos de prevenção e combate a incêndios.
  • Extintores de incêndio: equipar a embarcação com extintores adequados e garantir que estejam acessíveis e em boas condições.
  • Regras de fumo: Estabelecer áreas específicas para fumar e garantir que não haja combustíveis ou materiais inflamáveis nas proximidades.
  • Cuidado no reabastecimento: realizar o reabastecimento em áreas bem ventiladas, longe de fontes de ignição e com procedimentos rigorosos para evitar derramamentos.

Entender e abordar essas fontes de ignição pode significativamente reduzir o risco de incêndios em embarcações, promovendo um ambiente mais seguro para todos os ocupantes.


Locais mais propensos a incêndios em uma embarcação

1. Sala de Máquinas

  • Motivo: a sala de máquinas contém motores, geradores e outros equipamentos mecânicos que geram calor. A presença de combustível e óleo lubrificante aumenta o risco de incêndio.
  • Medidas preventivas: manutenção regular dos motores, verificação de vazamentos de combustível e óleo, e instalação de sistemas de detecção e extinção de incêndio automáticos.

2. Cozinha

  • Motivo: fogões, fornos e outros equipamentos de cozinha usam chamas abertas e eletricidade, aumentando o risco de incêndio.
  • Medidas preventivas: supervisão constante durante o uso dos equipamentos, instalação de detectores de fumaça e extintores de incêndio adequados, e manter materiais inflamáveis afastados das fontes de calor.

3. Cabines e áreas de estar

  • Motivo: as cabines podem conter equipamentos elétricos pessoais como carregadores, laptops e aquecedores portáteis. Bitucas de cigarro mal apagadas também representam um risco.
  • Medidas preventivas: inspeção regular das instalações elétricas, evitar sobrecarregar tomadas, não fumar nas cabines e instalar detectores de fumaça.

4. Painéis elétricos

  • Motivo: painéis elétricos contêm sistemas elétricos complexos, que podem gerar faíscas ou sobre aquecer.
  • Medidas preventivas: manutenção regular e inspeções de sistemas elétricos, manter painéis elétricos limpos e bem ventilados, e ter extintores de incêndio apropriados para incêndios elétricos.

5. Depósitos de combustível

  • Motivo: tanques de combustível e áreas de armazenamento de combustível contêm líquidos inflamáveis que podem vazar e entrar em contato com fontes de ignição.
  • Medidas preventivas: verificações regulares para detectar vazamentos, boa ventilação, e cuidados extremos durante o reabastecimento.

6. Compartimentos de carga, equipamentos e material de manutenção

  • Motivo: esses depósitos podem conter produtos químicos inflamáveis, tintas e solventes.
  • Medidas preventivas: armazenar materiais inflamáveis em locais apropriados e bem ventilados, e manter extintores de incêndio específicos para incêndios químicos.

7. Áreas de reabastecimento

  • Motivo: durante o reabastecimento, há risco de derramamento de combustível e acúmulo de vapores inflamáveis.
  • Medidas preventivas: procedimentos rigorosos de reabastecimento, uso de equipamentos anti-estáticos e monitoramento constante durante o processo.

8. Áreas de lazer ao ar livre

  • Motivo: churrasqueiras e outras fontes de calor ao ar livre podem representar riscos de incêndio, especialmente quando perto de materiais combustíveis.
  • Medidas preventivas: usar churrasqueiras e outras fontes de calor ao ar livre com cuidado, manter uma distância segura de materiais inflamáveis e ter extintores de incêndio à mão.

Identificar e monitorar essas áreas de risco é crucial para a segurança a bordo. Implementar medidas preventivas específicas para cada área ajuda a minimizar os riscos de incêndio e a garantir uma viagem segura para todos os ocupantes da embarcação.


Alastramento de incêndio

O alastramento de um incêndio é o processo pelo qual o fogo se espalha de um ponto inicial para outras áreas. Em uma embarcação, esse processo pode ser particularmente rápido e perigoso devido ao ambiente confinado e à presença de materiais inflamáveis. Compreender como o incêndio se alastra é essencial para implementar medidas eficazes de prevenção e combate. A seguir, estão os principais mecanismos de alastramento do incêndio:

1. Convecção

  • Descrição: a convecção ocorre quando o calor é transferido através de gases quentes e fumaça, que sobem e se espalham para outras partes da embarcação.
  • Prevenção: instalação de sistemas de ventilação adequados e barreiras de fogo para conter o movimento dos gases quentes. Portas corta-fogo e compartimentação ajudam a limitar o alastramento.

2. Condução

  • Descrição: a condução é o processo de transferência de calor através de materiais sólidos. Metais e outras superfícies condutoras podem aquecer e transferir calor a outras áreas, iniciando novos focos de incêndio.
  • Prevenção: utilização de isolantes térmicos e materiais resistentes ao fogo para limitar a condução de calor. Verificação e isolamento adequado de componentes metálicos e estruturas.

3. Radiação

  • Descrição: a radiação é a transferência de calor por meio de ondas eletromagnéticas. O calor irradiado pode inflamar materiais combustíveis próximos sem contato direto.
  • Prevenção: manter uma distância segura entre fontes de calor e materiais combustíveis. Utilização de barreiras reflexivas para redirecionar o calor irradiado.

4. Material combustível

  • Descrição: a presença de materiais inflamáveis, como tecidos, plásticos, combustível e madeira, pode alimentar o fogo e permitir que ele se espalhe rapidamente.
  • Prevenção: armazenamento seguro de materiais combustíveis, manutenção regular para evitar o acúmulo de resíduos inflamáveis e instalação de sistemas de extinção de incêndio automáticos em áreas críticas.

5. Ventos e correntes de ar

  • Descrição: embarcações em movimento ou áreas bem ventiladas podem facilitar o alastramento do fogo através de ventos e correntes de ar que alimentam as chamas.
  • Prevenção: controle de sistemas de ventilação e portas, e proteção contra ventos fortes. Uso de cortinas de ar ou ventiladores que possam direcionar o fluxo de ar para fora das áreas de risco.


Precauções

O bom senso e bons hábitos na manutenção e condução de uma embarcação são as melhores medidas de prevenção a incêndios a bordo. 

A complacência é uma das maiores causas na ocorrência de incêndios em embarcações, principalmente devido a atitudes de negligência ou descuido em relação à implementação e manutenção de medidas de segurança contra incêndios. Em embarcações, essa postura pode ter consequências catastróficas devido ao ambiente confinado e à presença de muitos materiais inflamáveis. Aqui estão algumas das formas pelas quais a complacência pode manifestar-se na prevenção de incêndios e as potenciais consequências:

Formas de complacência

1. Negligência na manutenção

  • Descrição: Falta de manutenção regular dos sistemas de combate a incêndios, como extintores, sprinklers e detectores de fumaça.
  • Consequências: Equipamentos de combate a incêndios podem falhar quando mais necessários, aumentando o risco de alastramento do fogo.

2. Falta de treinamento da tripulação

  • Descrição: Não realizar treinamentos periódicos e simulados de evacuação e combate a incêndios para a tripulação.
  • Consequências: A tripulação pode não estar preparada para responder de forma eficaz a um incêndio, resultando em ações inadequadas e aumento do perigo.

3. Armazenamento inadequado de materiais inflamáveis

  • Descrição: Armazenamento de combustíveis, produtos químicos e outros materiais inflamáveis de forma inadequada e sem seguir os protocolos de segurança.
  • Consequências: Aumenta o risco de ignição e propagação rápida de incêndios.

4. Sobrecarga de circuitos elétricos

  • Descrição: Uso de equipamentos elétricos que excedem a capacidade do sistema elétrico da embarcação.
  • Consequências: Pode causar curtos-circuitos e incêndios elétricos, especialmente em sistemas elétricos mal mantidos.

5. Ignorar Procedimentos de Segurança

  • Descrição: Desconsiderar normas e procedimentos de segurança, como fumar em áreas proibidas ou não desligar equipamentos de cozinha após o uso.
  • Consequências: Comportamentos negligentes podem resultar em ignições acidentais.

6. Falta de inspeções regulares

  • Descrição: Não realizar inspeções regulares nos sistemas de combate a incêndios e nas áreas propensas a incêndios.
  • Consequências: Problemas potenciais não são identificados e corrigidos, aumentando o risco de incêndios.

Consequências da Complacência

  • Risco à vida: A complacência pode levar a incêndios não controlados que representam sérios riscos à vida de tripulantes e passageiros.
  • Danos à embarcação: Incêndios podem causar danos significativos à estrutura da embarcação e aos seus equipamentos, resultando em altos custos de reparo ou perda total.
  • Impacto ambiental: Em caso de vazamento de combustíveis ou produtos químicos durante um incêndio, pode haver um impacto ambiental severo, contaminando águas e ecossistemas marinhos.
  • Perda de bens: Incêndios podem destruir cargas valiosas, equipamentos de navegação e pertences pessoais a bordo.
  • Responsabilidade legal: A negligência na implementação de medidas de segurança pode resultar em responsabilidades legais e multas significativas para os proprietários e operadores da embarcação.

Medidas para Combater a Complacência

  • Cultura de segurança: promover uma cultura de segurança a bordo, onde todos, desde a tripulação até os passageiros, estão conscientes da importância da prevenção de incêndios e seguem rigorosamente os procedimentos de segurança.
  • Treinamento contínuo: realizar treinamentos regulares e simulados de incêndio para garantir que todos saibam como responder rapidamente e eficientemente em caso de emergência.
  • Manutenção regular: implementar um cronograma rigoroso de manutenção para todos os sistemas de combate a incêndio e elétricos, garantindo que estejam sempre em condições operacionais.
  • Inspeções frequentes: realizar inspeções regulares e detalhadas para identificar e corrigir quaisquer potenciais riscos de incêndio antes que se tornem problemas graves.
  • Documentação e procedimentos: manter documentação detalhada de todas as inspeções, manutenções e treinamentos, e revisar regularmente os procedimentos de segurança para garantir que estejam atualizados e eficazes.

Adotar uma abordagem proativa e vigilante em relação à prevenção de incêndios é essencial para a segurança a bordo de embarcações. Evitar a complacência não só protege vidas e bens, mas também assegura a integridade da embarcação e do meio ambiente ao seu redor.


Vigilância constante

A vigilância constante é um componente essencial na prevenção de incêndios a bordo. Manter um estado de alerta contínuo e implementar práticas proativas pode fazer a diferença entre a contenção de um pequeno incidente e um desastre de grandes proporções. Aqui estão alguns aspectos chave da vigilância constante na prevenção de incêndios em embarcações:

Monitoramento Contínuo

1. Patrulhas Regulares

  • Descrição: realizar rondas periódicas por todas as áreas da embarcação para verificar a presença de possíveis fontes de ignição e materiais inflamáveis.
  • Benefícios: identificação precoce de riscos de incêndio e intervenção rápida.

2. Sistemas de Detecção de Incêndio

  • Descrição: instalação de detectores de fumaça, calor e gás em locais estratégicos da embarcação.
  • Benefícios: aviso imediato de um incêndio incipiente, permitindo uma resposta rápida e eficaz.

3. Sistemas de Monitoramento Remoto

  • Descrição: utilizar tecnologia de monitoramento remoto para vigiar áreas de risco e sistemas críticos.
  • Benefícios: permite a detecção precoce de anomalias, mesmo quando a tripulação não está presente.

4. Automação de Segurança

  • Descrição: implementar sistemas automáticos de extinção de incêndio que ativam imediatamente ao detectar fogo.
  • Benefícios: resposta instantânea a incêndios, muitas vezes antes que sejam detectados visualmente.

5. Alertas e anúncios

  • Descrição: manter um sistema de comunicação eficaz para alertar rapidamente a tripulação e os passageiros sobre um incêndio.
  • Benefícios: garantia de que todos estão informados e podem agir rapidamente para a segurança.

A vigilância constante é a chave para a prevenção eficaz de incêndios em embarcações. Ao combinar monitoramento contínuo, manutenção preventiva, treinamento regular, procedimentos de segurança rigorosos, e uso de tecnologia avançada, é possível minimizar significativamente os riscos de incêndio. Esta abordagem proativa não só protege a vida e os bens, mas também assegura a integridade da embarcação e a tranquilidade de todos a bordo.


Combate ao incêndio

Medidas iniciais ao descobrir um incêndio

Descobrir um incêndio a bordo de um barco é uma situação de emergência que requer uma resposta rápida e eficaz para garantir a segurança de todos a bordo e minimizar os danos à embarcação. Abaixo estão as medidas iniciais a serem tomadas ao detectar um incêndio:

1. Alerta imediato

  • Soar o alarme: ativar imediatamente o alarme de incêndio para alertar todos a bordo sobre o perigo.
  • Notificar a tripulação: comunicar rapidamente à tripulação sobre a localização e a natureza do incêndio, utilizando sistemas de comunicação como intercomunicadores ou alto-falantes. Em embarcações pequenas gritar: "Fogo, fogo. fogo" e o local do incêndio.

2. Avaliação rápida

  • Identificar a fonte: determinar a origem do incêndio e o tipo de fogo (sólido, líquido inflamável, elétrico, etc.).
  • Avaliar a extensão: avaliar a extensão do incêndio para decidir sobre a ação mais adequada, seja combater o incêndio ou preparar a evacuação.

3. Isolamento do incêndio

  • Desligar fontes de energia: desligar imediatamente sistemas elétricos e motores na área afetada para reduzir riscos de ignição adicional.
  • Fechar portas e escotilhas: isolar o fogo fechando portas corta-fogo, escotilhas e ventilação para conter o incêndio e impedir a propagação de fumaça.

4. Combate inicial ao incêndio

  • Usar extintores adequados: utilizar extintores de incêndio apropriados para o tipo de incêndio (extintor de CO2 para incêndios elétricos, extintores de pó químico para líquidos inflamáveis, etc.).
  • Aplicar técnicas de supressão: empregar técnicas de combate a incêndio como abafar o fogo, esfriar a área e remover materiais combustíveis.

5. Proteção pessoal

  • Equipamento de Proteção: utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) como luvas, máscaras, e roupas resistentes ao fogo ao combater o incêndio.
  • Evitar a Inalação de Fumaça: proteger-se contra a inalação de fumaça utilizando máscaras ou pano úmido sobre o nariz e a boca.

6. Preparação para evacuação

  • Preparar Botes e Coletes Salva-Vidas: se o incêndio estiver fora de controle, preparar imediatamente os botes salva-vidas e garantir que todos estejam equipados com coletes salva-vidas.
  • Rota de Evacuação: planejar e comunicar claramente a rota de evacuação para todos a bordo.

7. Comunicação externa

  • Chamada de emergência: contatar as autoridades de resgate e outros barcos nas proximidades usando rádio VHF (canal 16) ou outros meios de comunicação para solicitar ajuda.
  • Fornecer informações detalhadas: informar a natureza do incêndio, localização da embarcação e o número de pessoas a bordo.

8. Organização e coordenação

  • Designar Responsabilidades: designar membros específicos da tripulação para tarefas críticas, como combate ao incêndio, preparação para evacuação e comunicação.
  • Manter a Calma: manter a calma e garantir que todas as ações sejam coordenadas de forma eficiente para evitar pânico e garantir a segurança.

9. Uso de sistemas de supressão automáticos

  • Ativar sistemas de supressão: Se disponível, ativar sistemas automáticos de supressão de incêndio, como sprinklers ou sistemas de gás inerte, para combater o incêndio de forma mais eficaz.

10. Monitoramento contínuo

  • Vigiar a situação: mesmo após o incêndio parecer controlado, continuar monitorando a área para garantir que não haja reignição ou novos focos de incêndio.
  • Verificação de lesões: verificar se há feridos e prestar os primeiros socorros conforme necessário.


Extintores de incêndio

Os extintores portáteis de incêndio são dispositivos essenciais para a proteção contra incêndios em embarcações. Eles são projetados para serem facilmente transportados e utilizados por indivíduos para extinguir pequenos incêndios em suas fases iniciais. Conhecer os diferentes tipos de extintores portáteis, suas aplicações e como usá-los corretamente é crucial para a segurança a bordo. A seguir, são apresentados os principais tipos de extintores portáteis, suas características e aplicações:

Tipos de extintores portáteis

1. Extintor de água pressurizada (AP)

  • Aplicação: incêndios de Classe A (materiais sólidos comuns como madeira, papel, tecidos).
  • Características: contém água pressurizada que resfria o material em combustão.
  • Limitações: não deve ser usado em incêndios de Classe B (líquidos inflamáveis), Classe C (equipamentos elétricos energizados) e Classe D (metais combustíveis), pois pode espalhar o fogo ou causar choques elétricos.

2. Extintor de espuma (AFFF - Aqueous Film Forming Foam)

  • Aplicação: incêndios de Classe A e Classe B.
  • Características: libera uma espuma que forma uma película sobre líquidos inflamáveis, suprimindo vapores e resfriando o material.
  • Limitações: não é adequado para incêndios de Classe C, pois a espuma é condutiva e pode causar choques elétricos.

3. Extintor de dióxido de carbono (CO2)

  • Aplicação: incêndios de Classe B e Classe C.
  • Características: libera CO2, que desloca o oxigênio ao redor do fogo e resfria o combustível, sufocando o incêndio.
  • Benefícios: não deixa resíduos, ideal para áreas com equipamentos eletrônicos sensíveis.
  • Limitações: não é eficaz em incêndios de Classe A e pode ser perigoso em espaços confinados devido ao risco de asfixia.

4. Extintor de pó químico seco

  • Aplicação: incêndios de Classe A, B e C.
  • Características: libera um pó químico que interrompe a reação química da combustão.
  • Tipos Comuns:
  • Pó ABC: para incêndios de Classe A, B e C.
  • Pó BC: para incêndios de Classe B e C.
  • Benefícios: versátil e eficaz, mas pode deixar resíduos que podem danificar equipamentos eletrônicos.

5. Extintor de agentes limpos (Halocarbonos)

  • Aplicação: incêndios de Classe B e Classe C.
  • Características: libera gases que interrompem a reação de combustão sem deixar resíduos.
  • Benefícios: seguro para uso em áreas com equipamentos eletrônicos sensíveis.
  • Exemplos: Halon 1211, Halotron I, FM-200.

6. Extintor de químico úmido

  • Aplicação: incêndios de Classe K (óleos e gorduras de cozinha).
  • Características: libera um agente químico úmido que saponifica os óleos e gorduras, suprimindo vapores e resfriando o material.
  • Benefícios: especialmente eficaz contra incêndios em cozinhas comerciais.

7. Extintor de pó químico para metais combustíveis

  • Aplicação: incêndios de Classe D (metais combustíveis como magnésio, titânio, sódio).
  • Características: libera um pó especial que forma uma barreira sobre o metal em combustão, isolando-o do oxigênio.
  • Exemplos: pó de grafite, cloreto de sódio.


Como usar um extintor portátil (Método PASS)

  1. Puxe o pino: puxe o pino de segurança para liberar o mecanismo de disparo.
  2. Aponte a mangueira: aponte a mangueira ou bico do extintor para a base do fogo.
  3. Aperte o gatilho: aperte o gatilho para liberar o agente extintor.
  4. Sweepe (varra): mova o jato de um lado para o outro na base do fogo até que ele seja completamente apagado.


Manutenção e inspeção

  1. Inspeções regulares: Verifique os extintores periodicamente para garantir que estejam em boas condições de funcionamento.
  2. Manutenção anual: Realize manutenção anual conforme as recomendações do fabricante e das regulamentações locais.
  3. Recarregamento e substituição: Recarregue ou substitua extintores que foram utilizados ou que estão com a pressão baixa.

Os extintores portáteis são uma linha vital de defesa contra incêndios a bordo de embarcações. Conhecer os diferentes tipos de extintores e suas aplicações específicas, bem como garantir que todos a bordo saibam como usá-los corretamente, é crucial para a segurança marítima. Manter os extintores em boas condições através de inspeções regulares e manutenção adequada assegura que estarão prontos para uso em emergências.


Cuidados ao usar CO2

O gás carbônico é bastante eficiente no combate a incêndios da classe B e C pois quebra o triangulo do fogo suprimindo o oxigênio, entretanto ele é tóxico e pode causar problemas respiratórios se usados em espaços confinados como, por exemplo, em casas de máquinas ou compartimentos de motores.

  • Somente use um extintor portátil de CO2 em áreas abertas, a não ser que esteja utilizando equipamento apropriado que inclua uma unidade SCBA.
  • Caso o compartimento dos motores esteja equipado com um sistema extintor automático de CO2, certifique-se que tenha carga suficiente para preencher todo o ambiente.
  • Um alarme deve ser instalado no compartimento dos motores para informar quando o sistema for ativado e deve soar por pelo menos 20 segundos antes do extintor ser disparado.
  • A tripulação deve estar fora do compartimento com as portas fechadas e com a ventilação desligada para previnir a perda de CO2 antes do disparo do extintor. 
  • O painel de controle do sistema extintor automático de CO2 deve ser instalado fora da área protegida.


Localização dos equipamentos para combate a incêndio e das rotas de fuga

A localização estratégica dos equipamentos de combate a incêndio e a definição clara das rotas de fuga são cruciais para a segurança a bordo de uma embarcação. Aqui estão diretrizes detalhadas para organizar essas localizações de forma eficaz:

Equipamentos para combate a incêndio

1. Extintores Portáteis

  • Sala de Máquinas: Instalar extintores de CO2 e pó químico seco próximos aos motores e geradores.
  • Cozinha: Extintores de classe K para óleos e gorduras, além de extintores de CO2.
  • Áreas Comuns e Cabines: Extintores de água pressurizada ou pó químico seco.
  • Painéis Elétricos: Extintores de CO2 e pó químico seco próximos aos quadros de distribuição elétrica.

2. Mangueiras de Incêndio

  • Sala de Máquinas: Mangueiras conectadas ao sistema de água com fácil acesso.
  • Cozinha e Áreas de Serviço: Mangueiras localizadas em locais de fácil acesso.
  • Convés Principal e Áreas Comuns: Mangueiras estrategicamente posicionadas para cobrir a maior área possível.

3. Sistemas Fixos de Supressão

  • Sala de Máquinas: Sistemas automáticos de supressão com gás inerte ou sprinklers.
  • Cozinha: Sistemas automáticos de supressão de incêndio para equipamentos de cozinha.
  • Espaços de Carga: Sprinklers automáticos ou sistemas de nebulização de água.

4. Detectores de Incêndio

  • Sala de Máquinas: Detectores de calor e fumaça.
  • Cozinha: Detectores de fumaça.
  • Áreas Comuns e Cabines: Detectores de fumaça e calor em todos os compartimentos.


Rotas de Fuga

1. Mapeamento e Sinalização

  • Mapas de Rotas de Fuga: Colocar mapas das rotas de fuga em locais visíveis, como cabines, áreas comuns e corredores.
  • Sinalização de Saída: Sinalizar claramente todas as saídas de emergência com luzes de emergência e placas luminosas.

2. Planejamento de Rotas

  • Rotas Múltiplas: Planejar múltiplas rotas de fuga para cada área, garantindo pelo menos duas alternativas de saída em caso de bloqueio.
  • Acesso Fácil: Garantir que as rotas de fuga sejam de fácil acesso, sem obstruções e bem iluminadas.

3. Escotilhas e Portas de Emergência

  • Localização Estratégica: Colocar escotilhas e portas de emergência em pontos estratégicos, como próximos a áreas de risco elevado (sala de máquinas, cozinha).
  • Operação Simples: Garantir que todas as escotilhas e portas de emergência sejam fáceis de operar, mesmo em condições de pânico.

4. Botes Salva-Vidas e Coletes Salva-Vidas

  • Acesso Rápido: Posicionar botes salva-vidas e coletes salva-vidas próximos às rotas de fuga.
  • Instruções Claras: Fornecer instruções claras sobre como usar os botes e coletes salva-vidas, com treinamentos regulares para a tripulação e passageiros.


Treinamento e Simulações

1. Treinamento Regular

  • Treinamento de Combate a Incêndio: Realizar treinamentos regulares para a tripulação sobre o uso de equipamentos de combate a incêndio.
  • Treinamento de Evacuação: Ensinar todos a bordo sobre as rotas de fuga e procedimentos de evacuação.

2. Simulações de Emergência

  • Simulações Periódicas: Realizar simulações de incêndio e evacuação periodicamente para garantir que todos saibam o que fazer em uma emergência.
  • Avaliação e Ajuste: Avaliar o desempenho durante as simulações e ajustar os procedimentos e a localização dos equipamentos conforme necessário.


Manutenção e Inspeção

1. Inspeções Regulares

  • Equipamentos de Combate a Incêndio: Verificar regularmente todos os extintores, mangueiras, detectores e sistemas de supressão para garantir que estejam em boas condições de funcionamento.
  • Rotas de Fuga: Inspecionar rotas de fuga para garantir que estejam desobstruídas e que as sinalizações estejam funcionando.

2. Revisão e Atualização

  • Procedimentos de Segurança: Revisar e atualizar regularmente os procedimentos de segurança e a localização dos equipamentos de combate a incêndio e rotas de fuga.


Organização do combate a incêndio

A chave do sucesso do combate ao incêndio é ter de um plano de ação pré-estabelecido e fazer exercícios de simulação periódicos. Quando houver uma simulação de incêndio a bordo, todos devem participar do exercício, inclusive os passageiros.

Organizar o combate a um incêndio em uma embarcação requer um planejamento cuidadoso e uma resposta coordenada para garantir a segurança de todos a bordo e minimizar os danos à embarcação. A seguir, são apresentadas etapas detalhadas para organizar e executar o combate a incêndios em uma embarcação:

1. Alerta e Comunicação

  • Soar o Alarme: Ative imediatamente o alarme de incêndio para alertar toda a tripulação e passageiros sobre o perigo.
  • Comunicação Clara: Utilize sistemas de comunicação a bordo, como intercomunicadores ou alto-falantes, para informar a localização e a natureza do incêndio.

2. Avaliação Inicial

  • Identificar a Fonte: Determine rapidamente a origem do incêndio e a classe do fogo (Classe A, B, C, D ou K).
  • Avaliar a Extensão: Avalie a extensão do incêndio para decidir a melhor estratégia de combate e considerar a possibilidade de evacuação.

3. Isolamento do Incêndio

  • Desligar Fontes de Energia: Desligue a energia elétrica e os motores na área afetada para reduzir o risco de ignição adicional e proteger a tripulação de choques elétricos.
  • Fechar Portas e Escotilhas: Isolar o fogo fechando portas corta-fogo, escotilhas e sistemas de ventilação para conter o incêndio e impedir a propagação da fumaça.

4. Mobilização da Equipe de Combate a Incêndio

  • Designar Funções: Assegure que todos na tripulação conheçam suas funções e responsabilidades específicas no combate ao incêndio. Isso deve ser treinado previamente.
  • Equipamentos de Proteção: Distribua equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas, capacetes, roupas resistentes ao fogo e máscaras respiratórias.

5. Combate ao Incêndio

  • Uso de Extintores Portáteis: Utilize extintores apropriados para a classe do incêndio identificado (por exemplo, extintores de CO2 para incêndios elétricos).
  • Mangueiras de Incêndio: Se o fogo for grande ou estiver fora de controle, use mangueiras de incêndio conectadas ao sistema de água da embarcação.
  • Sistemas Fixos de Supressão: Ative sistemas fixos de supressão de incêndio, como sprinklers automáticos ou sistemas de gás inerte, se disponíveis.

6. Coordenação e Comando

  • Líder de Combate a Incêndio: Designar um líder de combate a incêndio que ficará responsável pela coordenação, comunicação com a tripulação e tomada decisões críticas.
  • Revisão Contínua: O líder deve revisar continuamente a situação, ajustar as estratégias conforme necessário e garantir que todas as ações estejam sendo executadas de acordo com o plano.

7. Preparação para Evacuação

  • Preparar Botes e Coletes Salva-Vidas: Se o incêndio estiver fora de controle, preparar imediatamente os botes salva-vidas e garantir que todos estejam equipados com coletes salva-vidas.
  • Comunicação Externa: Notificar as autoridades de resgate e embarcações próximas usando rádio VHF (canal 16) ou outros meios de comunicação para solicitar ajuda.

8. Monitoramento e Rescaldo

  • Monitorar Reignição: Mesmo após o incêndio parecer controlado, continue monitorando a área para garantir que não haja reignição.
  • Verificação de Ferimentos: Verifique se há feridos e preste os primeiros socorros conforme necessário.
  • Avaliação de Danos: Avalie os danos causados pelo incêndio e determine a necessidade de reparos urgentes.

9. Documentação e Revisão

  • Registrar o Incidente: Documente todos os detalhes do incidente, incluindo a origem do incêndio, as ações tomadas, e quaisquer lesões ou danos.
  • Revisar Procedimentos: Após o incidente, revise os procedimentos de combate a incêndio e treinamento da tripulação para identificar melhorias e prevenir futuros incêndios.

A organização eficiente dos equipamentos de combate a incêndio e das rotas de fuga é fundamental para garantir a segurança a bordo de uma embarcação. A implementação cuidadosa dessas medidas, juntamente com treinamento contínuo e manutenção regular, pode salvar vidas e minimizar os danos em caso de incêndio.


Ataque ao fogo

Existem dois métodos ao atacar um incêndio com um extintor portátil ou uma mangueira: 

1. Ataque direto:  é assim definido quando você dispersa uma substância diretamente dentro ou na base de um incêndio para extingui-lo, como usar um extintor classe "A" (água/espuma) diretamente sobre o fogo ou chama. 

Neste caso o fogo deve ser abordado pelo lado de barlavento. Ou seja, sempre mantendo o vento batendo em suas costas.  

2. Ataque indireto: é quando se utiliza um objeto, como uma antepara, para permitir que uma substância como a espuma abafasse o fogo. Um bom exemplo de um ataque indireto é abafar um incêndio escorrendo espuma para dentro do compartimento atingido através de uma porta, ou borrifando água em uma superfície muito quente, para formar vapor para ajudar a baixar o fogo. 


Ataques defensivos e ofensivos

Em um ataque defensivo o objetivo é evitar a propagação do fogo. O objetivo principal é o confinamento e pode ser alcançado fechando a abertura de portas ou espaços ventilados ou resfriando áreas ao redor ou fora de um compartimento. 

Um ataque ofensivo ocorre quando aplicamos diretamente um agente extintor no fogo/chama para extingui-lo imediatamente. 


Procedimentos de combate a incêndio 

Classe A: este tipo de incêndio é combatido usando um extintor de incêndio classe A ou uma mangueira de incêndio. 

  • Ao abordar um incêndio de classe A com um extintor portátil, lembre-se de utilizar o método PASS.  
  • O jato do extintor deve ser movimentado para frente e para trás, para os lados e direcionado para a base do fogo/chamas. 

Classe B - é  melhor combatidos com CO2, espuma ou produto químico seco. 

  • Em um compartimento fechado, o CO2 interromperá a reacção em cadeia de um incêndio, removendo o oxigénio do compartimento. 
  • Quando ocorrer um incêndio em um convés aberto e estiver sendo usado um agente de espuma para extingui-lo, aproxime-se das chamas por barlavento para permitir que você veja o fogo e evite o calor. 
  • Se possível, espalhe a espuma através de um cano, por baixo da porta ou de qualquer objeto que possa eventualmente cobrir o fogo, sufocando-o. 
  • Em condições de vento, a espuma pode ser espalhada e causando falhas na camada de espuma. Isto pode fazer com que o fogo reacenda e requer vigilância constante. 

Classe C: por serem causados por elétrica energizada só podem ser combatidos com extintor de pó químico seco ou tipo CO2 quando ainda energizado. Halon também é aceitável se disponível. 

  • Antes de atacar um incêndio de classe C, se possível encontre a caixa do disjuntor ou interruptor e desligue a eletricidade.
  • Quando você tiver 100% de certeza de que a energia está desligada, água também poderá ser usada para combater o fogo.

Classe D: incêndios causados por metais combustíveis, como magnésio, titânio, sódio e potássio, devem ser combatidos com extintores de pó químico seco específicos, como pó de grafite, cloreto de sódio, ou outros pós especializados

  • Use o método PASS para extintores portáteis
  • Não Usar água ou CO2, uma vez que podem reagir violentamente com metais combustíveis.

Classe K: incêndios provocados por óleos vegetais e gorduras animais devem ser combatidos com extintores carregados com químico úmido específico para incêndios em cozinha, que transformam óleos em sabão e resfria o fogo.

  • Use o método PASS para extintores portáteis.
  • Desligue fogões e outros aparelhos para interromper o fornecimento de calor.
  • Se seguro, use tampas ou coberturas metálicas para sufocar pequenas chamas.

Combater incêndios de diferentes classes requer o uso de técnicas e equipamentos específicos. A tripulação deve ser treinada regularmente para reconhecer a classe do incêndio e usar os extintores apropriados de maneira eficaz. A segurança pessoal deve sempre ser uma prioridade, e a evacuação deve ser considerada se o incêndio estiver fora de controle.

Em todos os tipos de incêndio a velocidade no combate ao fogo é a chave do sucesso.

Procure fazer um curso prático de combate a incêndios com o corpo de bombeiros da sua localidade, que abranja diferentes cenários e tipos de incêndio.