Peixes cartilaginosos

08/10/2023

Em meio à vasta biodiversidade dos oceanos, os peixes cartilaginosos emergem como um grupo fascinante e ancestral. Enquanto a maioria dos peixes é caracterizada por esqueletos ósseos, este grupo distintivo, composto por tubarões, raias e quimeras, é definido por seus esqueletos feitos inteiramente de cartilagem.

Características Principais:

  • Esqueleto de Cartilagem: Ao contrário dos peixes ósseos, os peixes cartilaginosos possuem esqueletos flexíveis feitos de cartilagem, embora em muitos casos essa cartilagem possa ser calcificada, conferindo certa rigidez.
  • Boca Ventral: Ao contrário da maioria dos peixes, a boca dos peixes cartilaginosos geralmente se localiza na parte inferior de suas cabeças, uma característica que facilita a alimentação no fundo do oceano.
  • Fendas Branquiais: Enquanto a maioria dos peixes ósseos possui uma única abertura branquial de cada lado, a maioria dos peixes cartilaginosos apresenta múltiplas fendas branquiais, variando entre cinco e sete de cada lado.
  • Pele Áspera: Ao invés de escamas tradicionais, estes peixes possuem dentículos dérmicos, pequenas estruturas semelhantes a dentes que tornam a pele áspera ao toque.

Grupos Notáveis:

  • Tubarões (Selachii): Talvez os mais reconhecidos entre os peixes cartilaginosos, os tubarões são conhecidos por sua forma aerodinâmica e, em muitos casos, por serem predadores de topo. Variam desde espécies menores, como o tubarão-gato, até o gigantesco tubarão-baleia, o maior peixe do planeta.
  • Raias e Arraias (Batoidea): Caracterizam-se por seus corpos achatados e a fusão de suas cabeças e troncos. Muitas espécies possuem "asas" amplas que usam para planar pelo fundo do mar.
  • Quimeras (Holocephali): Menos conhecidos que os tubarões e raias, são caracterizados por suas cabeças grandes e corpos longos e afilados. Habitam geralmente as águas profundas.

Importância Ecológica e Conservação:

Os peixes cartilaginosos desempenham papéis vitais nos ecossistemas marinhos. Muitos tubarões, por exemplo, são predadores de topo, ajudando a regular as populações de outras espécies e mantendo o equilíbrio dos ecossistemas. Contudo, muitos desses peixes enfrentam ameaças significativas devido à sobrepesca, perda de habitat e outras pressões humanas. A conservação destas espécies é crucial não apenas para a sua sobrevivência, mas também para a saúde dos oceanos como um todo.


Tubarões: Os tubarões, frequentemente chamados de "senhores dos oceanos," são uma das criaturas mais fascinantes e mal compreendidas dos mares. Esses predadores marinhos evoluíram ao longo de centenas de milhões de anos e agora representam uma diversidade surpreendente, com mais de 500 espécies reconhecidas. Aqui, exploraremos algumas características e curiosidades sobre esses animais extraordinários:

Características Distintivas:

  • Esqueleto de Cartilagem: Os tubarões têm esqueletos feitos de cartilagem em vez de ossos verdadeiros, tornando-os mais leves e ágeis na água.
  • Dentes Afiados: Muitas espécies de tubarões possuem fileiras de dentes afiados e substituíveis. À medida que perdem os dentes, novos surgem para substituí-los, garantindo que sempre tenham uma mordida poderosa.
  • Visão Afiada: Os tubarões têm uma visão excepcional, permitindo-lhes detectar movimentos sutis e até mesmo distinguir cores em algumas espécies.
  • Eletroceptores: Eles possuem órgãos sensoriais chamados de ampulhetas de Lorenzini, que podem detectar campos elétricos gerados por presas, mesmo em águas escuras.

Diversidade Surpreendente: Os tubarões variam enormemente em tamanho, forma e hábitos. Alguns são pequenos, como o tubarão-pigmeu com cerca de 20 centímetros de comprimento, enquanto outros, como o tubarão-baleia, podem ultrapassar 12 metros de comprimento. Suas dietas também são variadas, com algumas espécies se alimentando de plâncton, outras de peixes e algumas até de mamíferos marinhos.

Comportamento e Ecologia: Os tubarões desempenham papéis fundamentais nos ecossistemas marinhos. Como predadores de topo, ajudam a regular as populações de outras espécies e mantêm o equilíbrio dos ecossistemas. Além disso, alguns tubarões desempenham funções importantes na ciclagem de nutrientes, pois seus corpos enriquecem os ambientes marinhos após a morte.

Desafios e Conservação: Apesar de sua importância ecológica, muitas espécies de tubarões enfrentam ameaças significativas devido à sobrepesca, captura acidental e degradação do habitat. A caça de tubarões por suas barbatanas é particularmente preocupante e levou a declínios drásticos em algumas populações.

Principais gêneros e espécies: Os tubarões, que pertencem à classe Chondrichthyes, subclasse Elasmobranchii, têm uma diversidade espantosa, refletida em seus muitos gêneros. Cada gênero reúne várias espécies que compartilham características comuns. Abaixo está uma lista de alguns dos gêneros de tubarões, embora este seja apenas um vislumbre da diversidade total:

  • Carcharodon: O gênero que inclui o infame tubarão-branco (Carcharodon carcharias).
  • Galeocerdo: Este é o gênero do tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier).
  • Sphyrna: Inclui os vários tubarões-martelo.
  • Prionace: Contém o tubarão-azul (Prionace glauca).
  • Rhincodon: O gênero do majestoso tubarão-baleia (Rhincodon typus).
  • Isurus: Inclui os tubarões-mako.
  • Negaprion: Contém espécies como o tubarão-limão.
  • Carcharhinus: Um gênero diversificado que inclui muitos tubarões recifais e costeiros, como o tubarão-cabeça-chata e o tubarão-frapê.
  • Triaenodon: Este gênero contém o tubarão-de-pontas-negras-do-recife.
  • Etmopterus: Abrange os tubarões-vaga-lume, pequenos tubarões de águas profundas com capacidade bioluminescente.
  • Chlamydoselachus: Contém o tubarão-cobra-franjado, uma espécie primitiva com uma aparência distinta.
  • Hemiscyllium: Gênero dos tubarões-andarilhos, que usam suas barbatanas peitorais para "andar" pelo fundo do mar.
  • Stegostoma: Gênero do tubarão-zebra, uma espécie de fundo notável por suas listras.
  • Alopias: O gênero dos tubarões-raposa, reconhecidos por suas caudas incrivelmente longas.
  • Squalus: Contém várias espécies de tubarões-espinhoso.

Estes gêneros abrangem uma variedade de habitats, comportamentos e adaptações. A diversidade dos tubarões é testemunha da incrível evolução e adaptabilidade desses animais ao longo de milhões de anos.

As principais espécies de tubarões, reconhecidas por sua importância ecológica, popularidade ou singularidade são:

  • Tubarão-Branco (Carcharodon carcharias): Um dos predadores de topo mais famosos, conhecido por sua poderosa mandíbula e grande tamanho.
  • Tubarão-Baleia (Rhincodon typus): O maior tubarão e peixe do mundo, é um gigante gentil que filtra o plâncton da água.
  • Tubarão-Martelo (Sphyrna spp.): Reconhecível por sua cabeça distintamente em forma de martelo, que ajuda na localização de presas.
  • Tubarão-Tigre (Galeocerdo cuvier): Nomeado por suas listras, é um dos maiores tubarões predadores e tem uma dieta muito variada.
  • Tubarão-Azul (Prionace glauca): De cor vibrante, é um dos tubarões mais distribuídos, encontrado em águas profundas e abertas.
  • Tubarão-Lixa (Ginglymostoma cirratum): Também conhecido como tubarão-enfermeiro, é geralmente inofensivo e passa grande parte do tempo descansando no fundo do mar.
  • Tubarão-Cabeça-Chata (Carcharhinus leucas): Pode ser encontrado tanto em água salgada quanto doce, incluindo rios.
  • Tubarão-Mako (Isurus spp.): Conhecido por sua velocidade e agilidade, é um dos tubarões mais rápidos.
  • Tubarão-Carpeteiro (Oxynotus spp.): Tem uma aparência peculiar, com um corpo curto e largo, e vive nas profundezas.
  • Tubarão-Limão (Negaprion brevirostris): De cor amarela e geralmente pacífico, é comum em águas costeiras.
  • Tubarão-Touro (Carcharhinus leucas): Robusto e de focinho curto, pode ser encontrado tanto em oceanos quanto em rios.
  • Tubarão-Cinzento-de-recife (Carcharhinus amblyrhynchos): Uma espécie predominante em recifes de corais, conhecida por sua cor cinza e comportamento territorial.
  • Tubarão-Galha-Preta-de-Recife (Carcharhinus melanopterus): Comum em recifes de coral, é facilmente reconhecível por suas barbatanas pretas.
  • Tubarão-Galha-Branca-Oceânico (Carcharhinus longimanus): Notável por suas longas barbatanas peitorais e comportamento curioso.
  • Tubarão-Carcará (Carcharhinus falciformis): Um grande tubarão pelágico que se alimenta principalmente de pequenos peixes e lulas.
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Essas são apenas algumas das espécies notáveis de tubarões que habitam os oceanos do mundo. Cada espécie desempenha um papel vital em seu ecossistema, ajudando a manter o equilíbrio da vida marinha. À medida que enfrentamos desafios de conservação, é essencial reconhecer a importância desses incríveis predadores e fazer esforços para proteger e conservar suas populações.


Raias: Pertencentes à mesma subclasse que os tubarões, Elasmobranchii são verdadeiros testemunhos da adaptabilidade e evolução da vida marinha. As raias são uma demonstração sublime da natureza em ação.

Características Principais:

  • Corpo Achatado: A característica mais distintiva das raias é o seu corpo achatado, que é perfeito para se enterrar na areia ou no lodo, ocultando-se de predadores e emboscando presas.
  • Barbatanas Peitorais: Estendendo-se da cabeça ao rabo, as barbatanas peitorais das raias são expansivas, permitindo-lhes "planar" pela água com movimentos elegantes.
  • Localização da Boca: Semelhante aos tubarões, a boca das raias está situada na parte inferior do corpo, o que é ideal para se alimentar de organismos que vivem no fundo do mar.
  • Cauda: A cauda é uma extensão notável em muitas raias e pode ter diferentes funções. Algumas espécies possuem espinhos venenosos em suas caudas para defesa.

Hábitos e Ecologia: As raias são encontradas em quase todos os oceanos, desde águas costeiras rasas até profundezas abissais. Muitas raias são animais de fundo, o que significa que passam a maior parte do tempo no leito oceânico. Elas se alimentam de uma variedade de presas, incluindo moluscos, crustáceos e pequenos peixes.

A camuflagem e a habilidade de se enterrar são estratégias defensivas vitais para as raias, protegendo-as de predadores como tubarões e seres humanos.

Conservação: Infelizmente, como muitos habitantes marinhos, as raias enfrentam ameaças significativas. Muitas são capturadas acidentalmente em redes de pesca, enquanto outras são alvo de pesca comercial. A destruição do habitat, especialmente em áreas de estuários e recifes de coral, também é uma preocupação.

Principais Espécies: Estas são algumas das principais espécies de raias, cada uma com suas características distintas e nichos ecológicos:

  • Raia-Manta (Mobula birostris): Esta é a maior raia, com uma envergadura que pode exceder 7 metros. Elas são filtradoras e muitas vezes são vistas fazendo acrobacias impressionantes.
  • Raia-Prego ou Manteiga: (Dasyatis spp.): Uma das raias mais reconhecíveis, tem um espinho venenoso na cauda, que pode ser perigoso para os humanos.
  • Raia-Chita (Raja undulata): Possui um padrão manchado e cauda longa sem ferrão. É comumente encontrada em fundos arenosos ou de gramínea marinhas.
  • Raia-Borboleta (Gymnura spp.): Com sua forma ampla e achatada, essa raia realmente se assemelha às asas de uma borboleta.
  • Raia-Águia (Myliobatis spp.): Caracterizada por sua longa cauda e padrão distinto nas costas, que lembra a envergadura de uma águia.
  • Raia-Jamanta (Manta alfredi): Semelhante à raia-manta, mas menor, esta espécie é frequentemente observada em águas tropicais.
  • Raia-Espátula (Platyrhinoidis triseriata): Tem uma forma triangular e é nativa das costas ocidentais da América do Norte.
  • Raia-Morcego (Rhinoptera spp.): Assim nomeada devido à forma das barbatanas peitorais que lembram as asas de um morcego.
  • Raia-Nariz-de-Vaca (Rhinoptera bonasus): Esta espécie é conhecida por seu focinho largo em forma de pá.
  • Raia-Guitarra (Rhinobatidae): Suas formas únicas lembram o corpo de uma guitarra, combinando características de tubarões e raias.

Elas desempenham papéis vitais em seus respectivos ecossistemas, ajudando a manter o equilíbrio e a saúde dos habitats marinhos. Protegê-las é crucial para a saúde e continuidade dos nossos oceanos.


Quimeras: As quimeras, também conhecidas como tubarões-fantasma, são peixes cartilaginosos que pertencem à ordem Chimaeriformes. São parentes distantes dos tubarões e raias, mas possuem características distintas que as diferenciam de seus primos mais conhecidos.

Características Principais:

  • Pele Macia: Ao contrário dos tubarões, as quimeras não possuem escamas duras. Em vez disso, seu corpo é coberto por uma pele lisa e macia.
  • Cabeça Protuberante: Uma das características mais notáveis das quimeras é sua cabeça grande, muitas vezes com uma aparência protuberante ou afilada.
  • Olhos Grandes: Adaptadas à vida nas profundezas escuras do oceano, muitas quimeras têm olhos grandes para captar qualquer vestígio de luz.
  • Barbatanas Largas: Essas ajudam na estabilização e manobrabilidade em águas profundas.
  • Espinhos Venenosos: Algumas espécies possuem espinhos venenosos para defesa.
  • Órgão Elétrico: Muitas espécies de quimeras possuem órgãos elétricos sensíveis que lhes permitem detectar presas e predadores nas profundezas escuras.
  • Reprodução Singular: As quimeras têm uma forma única de reprodução. As fêmeas depositam grandes ovos revestidos de couro no fundo do oceano, onde são deixados para desenvolverem-se, muitas vezes por vários anos.

Diversidade e Espécies Notáveis:

  • Quimera Comum (Chimaera monstros): É uma das espécies de quimeras mais reconhecíveis, com sua cabeça grande e escura e barbatanas peitorais amplas.
  • Quimera-Negra (Hydrolagus melas): Uma espécie escura com olhos grandes e órgãos elétricos altamente desenvolvidos.
  • Quimera-De-Pontas-Negras (Centroscyllium nigrum): Possui uma aparência distinta com pontas escuras nas barbatanas.

Habitat e Ecologia: As quimeras são encontradas em águas profundas que podem chegar a milhares de metros abaixo da superfície. Suas adaptações únicas, como órgãos elétricos e aparência singular, as ajudam a sobreviver em ambientes inópitos.

Conservação: Embora não se saiba muito sobre o status de conservação de muitas espécies de quimeras, elas enfrentam ameaças devido à pesca profunda e à captura acidental. Devido à sua baixa taxa de reprodução, as quimeras podem ser particularmente vulneráveis à exploração excessiva.