A URSS lança o seu primeiro submarino nuclear com mísseis balísticos
A introdução do submarino nuclear de mísseis balísticos (SSBN) pela União Soviética foi um marco significativo na corrida armamentista da Guerra Fria. Estes submarinos, capazes de carregar e lançar mísseis balísticos nucleares enquanto permanecem ocultos sob a água, representaram um aumento substancial no poder de dissuasão nuclear da URSS.
Classe Hotel: O primeiro SSBN da União Soviética pertencia à Classe Hotel. Estes submarinos eram movidos por energia nuclear e armados com mísseis balísticos.
K-19: O primeiro submarino da Classe Hotel, o K-19, foi comissionado em 1959. Ficou infame devido a um incidente em 1961, quando um vazamento no sistema de refrigeração do reator levou a uma crise a bordo. O evento foi dramaticamente retratado no filme "K-19: The Widowmaker".
Mísseis R-13: O K-19 e os outros submarinos da Classe Hotel inicialmente carregavam os mísseis R-13, com um alcance de cerca de 600 km.
Impacto Estratégico: Com a introdução do SSBN, a URSS passou a possuir o que é conhecido como "tríade nuclear" - a capacidade de lançar armas nucleares a partir de terra, ar e mar. Isso reforçou significativamente a capacidade de dissuasão nuclear da URSS, tornando um primeiro ataque contra eles extremamente arriscado, uma vez que a retaliação poderia ser lançada a partir de submarinos escondidos em qualquer lugar do mundo.
Desenvolvimentos Futuros: A União Soviética não parou com a Classe Hotel. Eles continuaram a desenvolver novas classes de SSBNs com mísseis de maior alcance e tecnologias mais avançadas. Classes subsequentes, como a Delta e a enorme Classe Typhoon, se seguiram, com a capacidade de lançar mísseis a distâncias muito maiores.
O Papel na Deterrence: Ao longo da Guerra Fria, os SSBNs da União Soviética patrulhavam os oceanos do mundo, fornecendo uma ameaça constante e oculta de retaliação nuclear no caso de um conflito nuclear com os EUA. Esta capacidade foi fundamental para a estratégia de dissuasão mútua entre as superpotências.
A introdução e o desenvolvimento contínuo dos SSBNs pela União Soviética desempenharam um papel crítico na dinâmica estratégica da Guerra Fria, garantindo que qualquer guerra nuclear entre as superpotências fosse mutualmente destrutiva.