A circunavegação de Bouganville e Jeanne Baré
A circunavegação conduzida por Louis-Antoine de Bougainville entre 1766 e 1769 foi uma expedição de descoberta que marcou a primeira volta ao mundo realizada por uma expedição francesa. Além do significado científico e exploratório da jornada, esta expedição é notória por ter levado a bordo Jeanne Baré, muitas vezes reconhecida como a primeira mulher a circum-navegar o globo, embora de forma disfarçada.
Detalhes da Expedição:
Partida e Rota: Bougainville partiu de Nantes, França, em dezembro de 1766. Sua expedição primeiro navegou para as Ilhas Malvinas e depois atravessou o Estreito de Magalhães para entrar no Oceano Pacífico.
Descobertas Notáveis: Durante sua jornada, Bougainville fez várias descobertas geográficas, incluindo uma visita ao Tahiti em 1768, que ele erroneamente acreditou ser uma descoberta (o explorador britânico Samuel Wallis já tinha visitado a ilha um ano antes). A expedição também passou por várias outras ilhas do Pacífico, incluindo partes das Ilhas Salomão.
Jeanne Baré: Baré, uma botânica, juntou-se à viagem disfarçada de homem, ajudada por Philibert Commerçon, um botânico que estava na expedição e com quem Baré tinha uma relação. Ela serviu como assistente de Commerçon, e os dois coletaram e catalogaram várias espécies de plantas durante a viagem. No Tahiti, alguns habitantes locais reconheceram que Baré era uma mulher, mas sua verdadeira identidade só foi amplamente aceita na expedição muito tempo depois.
Retorno à França: A expedição voltou à França em março de 1770, após três anos no mar.
Consequências e Importância:
A viagem consolidou a reputação de Bougainville como um explorador e navegante. Ele escreveu um relato sobre sua jornada, "Viagem ao Redor do Mundo", que foi amplamente lido e influenciou a visão europeia sobre o Pacífico, especialmente em relação ao "paraíso" do Tahiti.
Jeanne Baré, por sua vez, foi reconhecida, embora postumamente, por sua contribuição à botânica e por seu feito de ser a primeira mulher a circunavegar o globo. A "Bougainvillea", uma planta ornamental popular, foi nomeada em honra a Bougainville, mas é um testemunho das descobertas botânicas feitas durante a expedição, das quais Baré desempenhou um papel crucial.
A circunavegação de Bougainville e Baré não foi apenas uma viagem de descoberta geográfica, mas também uma aventura repleta de histórias humanas notáveis e contribuições científicas.